Plenário lotado e manifestações marcaram votação que abriu Comissão Processante (CP) contra o prefeito de Ribeirão Bonito
Marcel Rofeal, especial de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel Rofeal/BMR
Com cinco votos favoráveis, três contrários e uma abstenção, a Câmara de Ribeirão Bonito instaurou na noite desta segunda-feira (21) a Comissão Processante (CP) que terá até 90 dias para julgar o prefeito Francisco José Campaner (PSDB) por crime de Improbidade Administrativa na contratação de equipes para a limpeza pública no início do ano. É a última chance de defesa para o chefe do Executivo no parlamento. Mais de 150 pessoas lotaram o plenário da Casa durante a sessão.
A sessão teve início por volta das 20h, mas o principal assunto da noite só foi abordado mais de uma hora e meia depois, quase no encerramento dos trabalhos. Com a leitura do relatório final da CEI - Comissão Especial de Inquérito - na sessão do último dia 7, documento com mais de 50 páginas que constatou a existência de irregularidades e orienta o parlamento a dar sequência ao processo, a reunião desta segunda foi destinada à deliberação em plenário.
O vereador primeiro-secretário da Câmara e que presidiu a condução da CEI, Valdinei de Oliveira (DEM), pediu ao presidente da Casa, Dimas Tadeu Lima (DEM), que a votação fosse nominal, assim cada eleitor teria ciência do posicionamento de cada parlamentar. Armando Luís Lombardo Simões (PODE) - autor do relatório da CEI -, Leandro Donizette Mascaro (DEM), Manoelito da Silva Gomes (PTB) - também membro da CEI - e Valdinei de Oliveira (DEM) votaram pela abertura da CP.
Por outro lado, João Victor Machado Borges (PSB), José Eraldo Chiavoloni (DEM) e Nelson de Souza (PSB) decidiram proteger o prefeito Chiquinho e votaram contra a sequência do processo. Já o vereador Regivaldo Rodrigues da Silva (PSDB), único parlamentar do mesmo partido de Campaner, decidiu se abster. Pelo Regimento Interno da Câmara, o presidente Dimas votaria apenas em caso de empate, mas o chefe do Legislativo também declarou-se favorável à CP.
Imediatamente após a abertura da Comissão Processante, também de acordo com o Regimento, foi iniciado o sorteio dos integrantes, respeitando a proporcionalidade partidária, definindo Galego Mascaro, João Victor e Reginho como participantes. Em novo sorteio para definir as atribuições, Reginho atuará na Presidência e Galego na Relatoria, função mais importante da CP; João Victor será membro. Eles terão até 90 dias, sem prorrogação, para concluir o trabalho.
Manifestações - No Plenário "Vereador Emygdio Lucato", mais de 150 pessoas assistiram à sessão, entre empresários, representantes de entidades, servidores públicos, lideranças e cidadãos comuns; um deles chegou a bater panela durante a reunião. A cada voto, novas manifestações populares. Os três vereadores contrários à Comissão Processante foram hostilizados enquanto os favoráveis receberam aplausos e foram ovacionados. Fora da Casa, eles voltaram a ser criticados e elogiados.