"Estamos em um trem que, a cada parada, deixa alguém em sua estação porque chegou a hora"
Marcel Rofeal, da Redação
Ontem celebramos mais um Dia de Finados, uma data de respeito em que recordamos dos momentos especiais de alegria e felicidade que passamos com aqueles que já se foram e nos bate um sentimento avassalador de saudade. Pegamos-nos fazendo uma pergunta a nós mesmos: Por quê? Ainda não conseguimos encontrar um motivo para tal e, muitas das vezes, ainda nos revoltamos com a partida dos que gostamos.
Durante a celebração no Cemitério ontem, feita pelos padres Fábio e Morales, o nosso pároco citou um pensamento que nos leva a uma noção do que seria a morte. "Estamos em um trem que a cada parada deixa alguém em sua estação, porque chegou a hora". Foi mais ou menos isso que leu o nosso padre Morales, estamos viajando e podemos ser o próximo a desembarcar. Nós vivemos em um trem e a cada parada chega a hora de alguém desembarcar, seria no paraíso.
Esse sentimento de tristeza, angústia e saudade que nos devora em outrora, nos faz refletir sobre a vida. Será que estamos sabendo aproveitar essa passagem pela Terra? Será que estamos cumprindo nossa missão como deve ser? O que vem após a morte? Cabe a cada pessoa uma interpretação sobre essas questões.
Quando no Cemitério Municipal, onde muito me agrada estar, raciocino sobre o porquê da vida, assim como outros muitos que ainda se fazem misteriosos. Atravessando em zigzag por entre as sepulturas, vendo cada nome ali escritos e suas datas de nascimento e falecimento, reflito sobre qual deve ser o papel de cada pessoa aqui nesse plano, o meu papel em especial. O que eu poderia fazer para contribuir com o planeta? Contribuir com o meu semelhante? O que eu posso fazer para tentar melhorar o mundo em que vivemos? O que fazer para melhorar o convívio de sociedades que vivem em conflito?
Passando por entre os túmulos ao som de Ave Maria de Franz Schubert na voz de Luciano Pavarotti, peço forças aos amigos e familiares ali sepultados para continuar nessa batalha nada fácil do dia-a-dia. Sempre com a plena consciência de que o trem está se aproximando do meu ponto de desembarque, peço que minha despedida seja minimamente dolorosa para mim assim como para meus familiares. Ontem, por exemplo, pedi forças ao amigo vítima de injustiça para que eu possa e consiga a fazer em vida e em sua memória, e em memória de outros que também sofreram injustiças e morreram vítima dela.
E nem mesmo nessa data em que celebramos a todos os que nos deixaram podemos vivenciar da paz que necessitamos e dos consciência e respeito do nosso semelhante. Talvez por necessidade, na melhor das hipóteses, ou por falta de respeito e/ou educação, nossos familiares, amigos e nós próprios somos furtados quando nos levam as flores que depositamos nas moradias eternas de quem amamos, assim como outros objetos que adornam o local.
Há poucos dias em que postei uma reportagem sobre o fechamento do portão do cemitério local no período noturno. Nada seria feito, acredito, se não fossem as indicações dos vereadores Renata e Nelsinho cobrando soluções para o caso. Mas ainda vemos o muro desabado ao fundo e o muro 'se aproximando' ao lado, sinal que as vagas do cemitério estão chegando ao fim. Me pergunto: como iremos fazer quando se esgotar o espaço do cemitério?
Também me vejo refletindo sobre os vândalos que se utilizam do cemitério como fonte de renda e abastecimento ao tráfico de drogas a partir do roubo de plaquetas, esculturas e demais que depositamos com tanto carinho em nossa futura moradia. As "garotas vampiras" que quase mataram um guarda municipal, não me recordo onde, tentando chupar-lhe o sangue com uma mordida no pescoço. E as pessoas que enterram seus familiares e nunca mais aparecem para uma manutenção na sepultura, uma visita, o que seja. Estamos chegando ao fim do mundo?
Saindo do cemitério, fiz uma rápida ronda pelo centro de Ribeirão Bonito e fui surpreendido com uma 'disputa' para quem tinha o auto-som mais potente em seu carro. Um de fronte ao Ribeirão Bonito Clube e o outro, já muito famoso, em plena rua São Paulo, ambos estacionados com uma quantidade de pessoas ao redor ouvindo músicas desrespeitosas e horríveis que são verdadeiros "tapas na cara" da cultura musical nacional e internacional.
Exagerado trajar luto fechado como eu faço? Pode ser, mas é o meu sinal de respeito em um dia que merece ser respeitado e meu costume. Devamos ter consciência sobre nossas atitudes nesses dias, ainda mais quando famílias ainda sentem a recente perda de seus membros e se lamentam enquanto outros ficam fazendo festa, fazendo 'farra'. Essas atitudes de imbecilidade podem ocorrer em qualquer fim de semana, pois não, se fazem a qualquer feriado por mais doloroso que seja. Tenhamos consciência e mudemos para que sejamos cada vez melhor, sempre pensando na seguinte frase: "O nosso limite acaba quando começa o do outro".
Marcel Rofeal, da Redação
Ontem celebramos mais um Dia de Finados, uma data de respeito em que recordamos dos momentos especiais de alegria e felicidade que passamos com aqueles que já se foram e nos bate um sentimento avassalador de saudade. Pegamos-nos fazendo uma pergunta a nós mesmos: Por quê? Ainda não conseguimos encontrar um motivo para tal e, muitas das vezes, ainda nos revoltamos com a partida dos que gostamos.
Durante a celebração no Cemitério ontem, feita pelos padres Fábio e Morales, o nosso pároco citou um pensamento que nos leva a uma noção do que seria a morte. "Estamos em um trem que a cada parada deixa alguém em sua estação, porque chegou a hora". Foi mais ou menos isso que leu o nosso padre Morales, estamos viajando e podemos ser o próximo a desembarcar. Nós vivemos em um trem e a cada parada chega a hora de alguém desembarcar, seria no paraíso.
Esse sentimento de tristeza, angústia e saudade que nos devora em outrora, nos faz refletir sobre a vida. Será que estamos sabendo aproveitar essa passagem pela Terra? Será que estamos cumprindo nossa missão como deve ser? O que vem após a morte? Cabe a cada pessoa uma interpretação sobre essas questões.
Quando no Cemitério Municipal, onde muito me agrada estar, raciocino sobre o porquê da vida, assim como outros muitos que ainda se fazem misteriosos. Atravessando em zigzag por entre as sepulturas, vendo cada nome ali escritos e suas datas de nascimento e falecimento, reflito sobre qual deve ser o papel de cada pessoa aqui nesse plano, o meu papel em especial. O que eu poderia fazer para contribuir com o planeta? Contribuir com o meu semelhante? O que eu posso fazer para tentar melhorar o mundo em que vivemos? O que fazer para melhorar o convívio de sociedades que vivem em conflito?
Passando por entre os túmulos ao som de Ave Maria de Franz Schubert na voz de Luciano Pavarotti, peço forças aos amigos e familiares ali sepultados para continuar nessa batalha nada fácil do dia-a-dia. Sempre com a plena consciência de que o trem está se aproximando do meu ponto de desembarque, peço que minha despedida seja minimamente dolorosa para mim assim como para meus familiares. Ontem, por exemplo, pedi forças ao amigo vítima de injustiça para que eu possa e consiga a fazer em vida e em sua memória, e em memória de outros que também sofreram injustiças e morreram vítima dela.
E nem mesmo nessa data em que celebramos a todos os que nos deixaram podemos vivenciar da paz que necessitamos e dos consciência e respeito do nosso semelhante. Talvez por necessidade, na melhor das hipóteses, ou por falta de respeito e/ou educação, nossos familiares, amigos e nós próprios somos furtados quando nos levam as flores que depositamos nas moradias eternas de quem amamos, assim como outros objetos que adornam o local.
Há poucos dias em que postei uma reportagem sobre o fechamento do portão do cemitério local no período noturno. Nada seria feito, acredito, se não fossem as indicações dos vereadores Renata e Nelsinho cobrando soluções para o caso. Mas ainda vemos o muro desabado ao fundo e o muro 'se aproximando' ao lado, sinal que as vagas do cemitério estão chegando ao fim. Me pergunto: como iremos fazer quando se esgotar o espaço do cemitério?
Também me vejo refletindo sobre os vândalos que se utilizam do cemitério como fonte de renda e abastecimento ao tráfico de drogas a partir do roubo de plaquetas, esculturas e demais que depositamos com tanto carinho em nossa futura moradia. As "garotas vampiras" que quase mataram um guarda municipal, não me recordo onde, tentando chupar-lhe o sangue com uma mordida no pescoço. E as pessoas que enterram seus familiares e nunca mais aparecem para uma manutenção na sepultura, uma visita, o que seja. Estamos chegando ao fim do mundo?
Saindo do cemitério, fiz uma rápida ronda pelo centro de Ribeirão Bonito e fui surpreendido com uma 'disputa' para quem tinha o auto-som mais potente em seu carro. Um de fronte ao Ribeirão Bonito Clube e o outro, já muito famoso, em plena rua São Paulo, ambos estacionados com uma quantidade de pessoas ao redor ouvindo músicas desrespeitosas e horríveis que são verdadeiros "tapas na cara" da cultura musical nacional e internacional.
Exagerado trajar luto fechado como eu faço? Pode ser, mas é o meu sinal de respeito em um dia que merece ser respeitado e meu costume. Devamos ter consciência sobre nossas atitudes nesses dias, ainda mais quando famílias ainda sentem a recente perda de seus membros e se lamentam enquanto outros ficam fazendo festa, fazendo 'farra'. Essas atitudes de imbecilidade podem ocorrer em qualquer fim de semana, pois não, se fazem a qualquer feriado por mais doloroso que seja. Tenhamos consciência e mudemos para que sejamos cada vez melhor, sempre pensando na seguinte frase: "O nosso limite acaba quando começa o do outro".
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