TRÊS DEPUTADOS LIGADOS AO ESQUEMA DE PAGAMENTO DE PROPINA PODEM PERDER OS MANDATOS
A Comissão de Ética da Câmara Legislativa do Distrito Federal aceitou a abertura de três dos oito processos de cassação de deputados envolvidos nos escândalos de corrupção da operação Caixa de Pandora. No entanto, a comissão poupou cinco deputados da investigação sobre ligação com o mensalão do DEM.
Serão investigados os deputados Leonardo Prudente (ex-DEM, sem partido), cujo relator do processo será o deputado Batista das Cooperativas (PRP), a deputada Eurides Brito (PMDB), que será relatada por Bispo Renato (PR), e o deputado Júnior Brunelli (PSC), que terá como relatora a deputada Érika Kokay (PT).
A abertura dos inquéritos pode provocar a cassação dos mandatos dos deputados. Todos se defendem das acusações e negam irregularidade. Os três deputados têm até a notificação para renunciar ao mandato sem correrem o risco de perderem os direitos políticos por cinco anos.
Foi negada pela comissão a abertura de processo contra o atual presidente da Casa, deputado Cabo Patrício (PT) por ter supostamente favorecido empresas dos filhos do presidente anterior, Leonardo Prudente, em um projeto de lei. Os deputados consideraram que o projeto dele tratava de artigos de outras leis já aprovadas e não teria condição de favorecer diretamente nenhum interesse pessoal.
A deputada Érika Kokay (PT) afirmou que a comissão não vai "se furtar" de analisar novos fatos contra os cinco deputados que se livraram das investigações. "Esta comissão está se pautando no fato de não inocentar culpados, mas tampouco culpar inocentes", afirmou a deputada.
Foram interrompidos os processos contra Rogério Ulysses (sem partido), Benedito Domingos (PP), Roney Nemer (PMDB), Benício Tavares (PMDB) e Aylton Gomes (PR). De acordo com a comissão, faltam provas para que os processos contra eles sigam adiante.
Os relatórios devem ser entregues em até 30 dias, quando a comissão irá votar a cassação dos mandatos. Caso sejam aprovados, a votação segue para o plenário da Câmara Legislativa. Os três deputados podem se livrar dos processos se renunciarem ao cargo antes de serem notificados.
O corregedor da Câmara, Raimundo Ribeiro (PSDB), que propôs a abertura dos processos, diz que a situação na Casa é grave. "Conversei com todos os parlamentares, além de ministros, juízes e procuradores. Todos entendem que a situação é grave e defendem ampla investigação, porém sem arranjos nem linchamentos. Vou advogar a tese do devido processo legal", afirmou.
Do R7 - O Portal de Notícias da Record
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