quinta-feira, 6 de maio de 2010

Internacional: Justiça italiana absolve acusados de crimes de pedofilia

CASO VEIO À TONA EM 2003 E ABALOU OPINIÃO PÚBLICA LOCAL

Bárbara Forte, da Redação do Portal eBand

A Corte Suprema de Cassação da Itália – máxima instância judicial do país – absolveu nesta quinta-feira oito pessoas que haviam sido acusadas de abusar sexualmente de cerca de 20 crianças na região de Brescia, norte da Itália. Entre elas estão um sacerdote.

O caso veio à tona em 2003 e abalou a opinião pública local. Segundo a Procuradoria, os supostos violadores – que trabalhavam em um jardim de infância – teriam abusado sistematicamente de crianças, utilizando-as também para a produção de material pornográfico. Duas professoras, que estavam entre os investigados, permaneceram quase um ano detidas.

O episódio teve grande repercussão no país pelo fato das agressões se referirem a uma conhecida escola do centro da cidade que se autodefine a capital pedagógica da Itália. Além do modo com o qual as acusações foram desmentidas em 2007 no Tribunal de Segunda Instância de Brescia (decisão esta que foi ratificada hoje).

ACUSAÇÃO


Segundo a tese da acusação, 12 pessoas – das quais oito foram processadas – teriam cometido uma série de graves violações contra os alunos do centro educacional, que seriam levados a uma casa, onde eram abusados e filmados.

Entre os envolvidos estariam professores e orientadores da entidade. O nome de um sacerdote, Mario Neva, também foi citado no caso, já que ele defendia os investigados e chegou, inclusive, a organizar manifestações de apoio às mulheres que estavam detidas.

Em abril de 2007, o tribunal local anunciou sua decisão em um documento de 585 páginas. No texto, os juízes apontavam que a base probatória da Procuradoria eram as declarações das crianças supostamente abusadas, material que foi considerado insuficiente, já que teria sido manipulado.

INTERROGATÓRIOS


De acordo com a Justiça, a confusão no depoimento das crianças "foi ulteriormente complicada pelas inter-relações recíprocas entre os pais que, compreensivelmente alarmados pelas notícias sobre os possíveis abusos, de fato substituíram os organismos investigativos".

Segundo os magistrados, "em muitos casos, os supostos abusados foram submetidos a duros interrogatórios, por meio de metodologias inapropriadas e em um contexto emotivo forte", circunstâncias que fizeram com que os pais das crianças "compartilhassem uma sorte de verdade coletiva", imposta pela ‘sugestão’ que, depois, induziu uma ‘colonização mental’.

No mesmo documento, os juízes ratificavam que "os abusos não existiram" e afirmam que as "declarações extravagantes" de duas crianças e "o mecanismo de sugestão" desencadeado levou a "uma série de gravíssimas acusações", que foram desmentidas por meio de investigações.

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