sexta-feira, 25 de junho de 2010

Internacional: Congresso dos EUA aprova sanções unilaterais ao Irã

Medidas foram aprovadas por 408 votos a 8 na Câmara dos Deputados, e por 99 a zero no Senado

Susan Cornwell, da Reuters em Washington

O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira sanções unilaterais mais severas a fim de isolar os setores de energia e bancário do Irã, o que também poderá prejudicar empresas estrangeiras que mantêm negócios com Teerã.

A Câmara dos Deputados aprovou a medida por 408 a 8, enviando-a para sanção do presidente Barack Obama. Mais cedo, o Senado também havia aprovado a legislação por 99 a zero.

A intenção do Congresso é pressionar o governo iraniano a interromper seu programa nuclear. As principais potências, lideradas pelos Estados Unidos, suspeitam que o Irã pretende desenvolver armas nucleares.

Parlamentares democratas e republicanos têm pressionado há meses por sanções mais duras dos Estados Unidos ao Irã. A pedido do governo, eles esperaram até que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia chegassem a um acordo sobre novas sanções multilaterais.

De fato, o Conselho aprovou em 9 de junho uma quarta rodada de sanções contra o país persa por causa de seu programa nuclear. Foram 12 votos a favor da resolução. O Líbano se absteve, enquanto Turquia e Brasil votaram contra. O Irã reagiu dizendo que manteria seu programa de enriquecimento de urânio.

Os parlamentares norte-americanos, então, declararam que medidas mais dura ainda eram necessárias.

"As sanções da ONU, apesar de serem um bom primeiro passo, são mornas. E são mornas porque há outros membros do Conselho de Segurança que querem manter negócios com o Irã... Os Estados Unidos ... têm de aprovar essas sanções unilaterais", disse a senadora democrata Barbara Mikulski.

As sanções atingem empresas que fornecem gasolina ao Irã, assim como instituições bancárias envolvidas com membros da Guarda Revolucionária iraniana, com seu programa nuclear ou com o suposto apoio iraniano à atividade terrorista, na visão de Washington.

Se fizerem negócios com os principais bancos iranianos ou com a Guarda Revolucionária, as instituições estrangeiras efetivamente teriam o acesso negado ao sistema financeiro dos Estados Unidos.

Os fornecedores globais de gasolina do Irã poderiam, inclusive, enfrentar proibições de acesso ao sistema bancário norte-americano, de transações imobiliárias e de divisas nos Estados Unidos.

O Irã depende das importações de gasolina porque tem capacidade insuficiente de refino.

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