Esteban Israel e Nelson Acosta, Reuters
Foto: Divulgação
Fidel, de 84 anos, apareceu de uniforme de combate diante de milhares de jovens no topo das escadarias da Universidade de Havana, um lugar repleto de simbolismo, onde, há 60 anos, ele iniciou sua carreira política.
Dali, Fidel alertou sobre a possibilidade de uma carnificina nuclear se, como acredita, Estados Unidos e Israel atacarem o Irã por causa de seu programa nuclear.
"O problema dos povos de hoje em dia, digamos, de mais de 7 bilhões de seres humanos, é impedir que tal tragédia ocorra", afirmou.
"Coube a Cuba a dura tarefa de advertir a humanidade sobre o perigo real que está enfrentando", afirmou Fidel, de pé e com uma voz clara durante um discurso de mais de 40 minutos.
O ex-presidente havia feito seu último discurso em público em 26 de julho de 2006, horas antes de uma hemorragia intestinal obrigá-lo a transferir o poder para seu irmão mais novo, Raúl.
Nas últimas semanas, ele deixou quatro anos de problemas médicos para trás e participou de pequenos atos públicos, incluindo uma sessão especial do Parlamento, para discutir sua teoria sobre a guerra atômica.
O veterano líder revolucionário disse ao diário mexicano La Jornada que se sente "ressuscitado" e está empenhado em construir um movimento contra a guerra nuclear.
"Diante dos céticos, nosso inconfundível dever é seguir travando a batalha. Me parece que um número crescente de pessoas no mundo tomou consciência da realidade", afirmou Fidel nesta sexta-feira.
Milhares de pessoas reunidas desde a madrugada em frente a Universidade gritaram "Fidel, Fidel, Fidel".
Apesar de sua reaparição, Fidel se mantém distante dos assuntos internos cubanos, deixando a seu irmão, o presidente Raúl Castro, a difícil tarefa de impulsionar a contraída economia socialista da ilha.
Fidel não ocupa cargos no Executivo cubano, mas conserva a influente liderança do Partido Comunista.
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