O volume de recursos foi elevado em mais R$ 5,196 bilhões
Toni Sciarretta, Folha.com em São Paulo
A megacapitalização da Petrobras atingiu finalmente R$ 120,2 bilhões, a maior captação de recursos por meio da venda de ações no mundo.
O banco Morgan Stanley conseguiu vender todo o lote extra de ações, elevando o volume de recursos captados em mais R$ 5,196 bilhões, como havia adiantado a Folha.
Com a venda integral desse lote, a participação do governo federal na estatal terá uma pequena diluição: cai dos 49% informados na véspera para 48,31%, incluindo as fatias do Fundo Soberano do Brasil, do BNDESPar (braço de investimentos do BNDES) e também do BNDES. Antes da capitalização, a União tinha 39,8% da estatal.
A nova estrutura de capital da Petrobras foi aprovado hoje pelo conselho de administração da empresa.
Do total de R$ 120,2 bilhões arrecadados, R$ 74,8 bilhões (R$ 67,8 bilhões em títulos da dívida pública) vão direto para o Tesouro Nacional, para saldar a compra de 5 bilhões de barris de petróleo que serão retirados do pré-sal a partir de 2015 --a cessão onerosa.
Os recursos cobrirão parte do rombo nas contas públicas deste ano. A Petrobras ficará com R$ 45,2 bilhões para dar sequência a seu plano de investimentos, orçado em R$ 224 bilhões até 2014.
Diante da provável escassez de recursos, o mercado já fala em uma nova rodada de capitalização para empresa em 2011.
Os pequenos investidores aplicaram R$ 1,7 bilhão nas novas ações da estatal, sem contar os R$ 423,7 milhões investidos por trabalhadores com recursos do FGTS.
A expectativa dos organizadores era que 400 mil pequenos investidores aderissem à aplicação. A posição de todos os acionistas será conhecida até 25 de outubro.
Na oferta de papéis no exterior, os investidores estrangeiros compraram pelo menos US$ 7,8 bilhões em ações da estatal petrolífera (R$ 13,266 bilhões).
Além dessa participação, os estrangeiros entraram na oferta brasileira e devem ter ficado com cerca de 60% das ações.
A oferta brasileira arrecadou cerca de R$ 12,8 bilhões --sem contar os atuais acionistas, que tiveram prioridade para levar os papéis sem rateio.
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