“Os momentos felizes de minha passagem por ali, cenas marcantes que presenciei...”
Escrito por Marcel Rofeal
Quantas recordações reavivaram em minha memória durante a leitura do livro que conta os 100 anos de fundação da Escola Coronel. Não me contive, em alguns momentos, lendo os depoimentos ali impressos, as lágrimas salgaram meu rosto. Fascinante! A palavra que se enquadra perfeitamente ao definirmos a história desta instituição, e as histórias que ali se passaram.
Enquanto meus olhos devoravam cada trecho em leitura, me perdia nos pensamentos. Os momentos felizes de minha passagem por ali, cenas marcantes que presenciei... As pessoas que se fizeram fundamentais para minha educação, minha formação. Foram somente quatro anos! Quatro anos que passaram voando, mas que representaram uma vida para mim.
Cheguei ao Coronel em 2004, à época com 10 anos de idade. A Escola, por sua vez, chegava aos 95 anos. Sentia-me amedrontado por chegar a um universo, até então, completamente novo, para mim. Ao passar pelo portão, fui observando atentamente todos os detalhes daquele prédio esplendoroso que me fascinara desde muito pequeno, ainda criancinha. Estava realizando um sonho: entrar na Escola Coronel.
O primeiro docente que nos orientou foi professor Ricardo, uma pessoa magnífica. Sabia conciliar o ensinamento e a amizade. Brincadeiras com correções. De tudo o que se passava, aprendíamos uma lição. Além de Ricardo, Cibelli, Claret, Eva, Gislaine, Marinho, Marlene, Natália, Sinara e Val, sem esquecer a diretora Rita, que sabia impor respeito e nos passar um bom tratamento, uma boa educação.
Confesso que tremia quando a encontrava durante meu percurso, ou quando precisava falar-lhe sobre algo, mas ela sempre dispensou muito carinho a mim. Soube me arrancar gargalhadas em muitos momentos também... Bons momentos. O tempo ia passando... Já não éramos “tão novatos”, pois já estávamos em nosso segundo ano naquele colégio.
Nova direção, alguns professores também mudaram. Sinto como se fosse ontem o momento em que fiquei estático, branco e gelado ao ver a diretora Val adentrando a minha sala e chamando pelo meu nome. Logo veio a pergunta: “O que será que fiz?”. Ao sair da sala, imediatamente reportei-a a pergunta e fui esclarecido de que iria representar o colégio em um projeto da Prefeitura. Que alívio, senti.
Ainda naquele ano, minha turma era a mesma de quando havíamos deixado a Lélia Cecília, com poucas alterações. Sentia-me bem estando com a mesma turma, me passava mais tranqüilidade, segurança. Não posso dizer o mesmo de 2006, quando ingressei a 7ª série. Uma mudança radical me deixou apreensivo: minha turma havia se unido à outra sala. Era o momento de fazer novas amizades, mas, como fui sempre muito reservado, mantinha meu pequeno círculo de amigos. Felizmente, aos poucos ele foi expandindo.
Nessa época já estávamos habituados aos professores Claret, Josi, Beto, Ricardo, Cássia, Tati e Luciana, mais tarde veio a Patrícia, substituindo o professor Claret, e Maria Rita, assumindo o lugar da Patrícia. Foi o ano mais difícil, a meu ver, de minha vida escolar. Sempre fui alertado, desde o início, que a sétima série seria difícil, mas não havia dado atenção.
Passei dificilmente por mais essa etapa. Cheguei ao ano mais esperado: o fim do Ensino Fundamental, a 8ª série. Era, ao mesmo tempo, recompensador, por estar concluindo mais uma fase, e agonizante, por ter que deixar aquele colégio que sempre amei. Foi um ano especial... Muito especial! Aproveitei cada instante junto aos amigos que cultivei ali.
Houve uma divisão de turmas no início do ano, mas não sofri muito: havia caído na mesma sala que a maioria dos meus amigos. A direção sofria nova alteração: primeiro a Dona Eva, depois o Seu Júnior. O quadro de professores era quase o mesmo: Beto, Gislaine, Hugo, Josi, Leda, Maria Rita, Marô, que depois deu lugar ao professor Marcio, Ricardo e Tati.
Quando digo que foi especial, foi mesmo muitíssimo especial. Reforçamos nossos conhecimentos, para adentrar ao Ensino Médio, desfrutamos de excelentes excursões ao Museu da Língua Portuguesa e à Pinacoteca do Estado, em São Paulo etc. Fiz questão de aproveitar cada segundo ali dentro. Cheguei a extrapolar, quando houve uma brincadeira com bexigas d’água entre as oitavas no intervalo.
Nas últimas semanas, nos últimos dias... Visando que era chegada à hora da despedida, não continha as lágrimas dentro da sala de aula. Outro momento que me marcou nessa época foi a despedida oficial, quando o diretor Júnior sentou-se conosco e desabafou. Pedimos desculpas a ele pelas nossas peripécias e encerramos nossa conversa com muitas lágrimas, na maioria minhas, e uma salva de palmas.
Essa foi minha passagem pela Escola Coronel. Um período de quatro anos que marcou minha vida. Ainda hoje, quando apareço para uma visita ao prédio, me deparo com a nostalgia e com uma sensação pré-choro. Não há nada no mundo que possa expressar minha gratidão pela instituição Coronel Pinto Ferraz, onde incluo todo o corpo funcional, docente e administrativo.
Refletindo sobre como poderia retribuir por tudo o que obtive na Escola Coronel, me veio a dedicação em construir uma carreira, quiçá, brilhante e gloriosa. Em meu pensamento, minha retribuição virá na forma de como conduzirei minha vida em questão de caráter, hombridade, ética e honestidade. Muito obrigado Escola Coronel! Muito obrigado professores! Parabéns a todos nós, que construímos a história gloriosa desse colégio.
Caro Marcel... emocionei-me ao ler seu depoimento e ainda não entendi o porquê vc não nos enviou antes, qdo divulgamos que estávamos colhendo depoimentos e mensagens para o livro... Mas entendo, inspiração só vem do fundo do coração, qdo abrimos uma porta ou uma janela...no seu caso, foi a leitura do livro.
ResponderExcluirComo sua ex-professora, posso dizer que aquela 5a série (que assumi em Agosto de 2004, com a aposentadoria da Da. Marlene)foi uma das melhores, se não a melhor turminha que eu já tive...
Lembro-me de todos serem muito participativos, respondendo em coro... e, especialmente de você, sentado próximo à mesa do professor e da janela, perguntando-me quando haveria carne de panela no cardápio do restaurante (que na época era tocado por mim e meu marido), porque vc queria comprar um marmitex, pois era sua comida predileta.
Também lembro que vc sempre era o primeiro aluno a terminar as atividades propostas em sala, tbm sempre foi questionador...
Hoje orgulho-me de ter sido sua professora de Língua Portuguesa, haja vista sua grande habilidade para com as palavras...
Amo a Escola Coronel e agradeço a todos que tecem elogios a ela...
Guardarei seu depoimento para uma nova edição do livro...
Agradeço a vc e ao Blog do Ronco pela divulgação do livro.
Infelizmente a mídia (especialmente a televisão) só se interessa pelos aspectos negativos de nossa cidade e deixam passar em branco um trabalho tão bonito e emocionante como esse.
Marcel, vc tem muito talento, parabéns!!!
Natália Simões de Vicente