terça-feira, 23 de novembro de 2010

Brasil: Unica pede apoio de Lula para votar Código Florestal

Presidente participou de evento em Ribeirão Preto nesta terça

Gustavo Porto, Agência Estado
 
Apesar dos vários elogios do presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo apoio ao setor sucroalcooleiro, o executivo reservou parte do seu discurso, em evento do setor hoje em Ribeirão Preto (SP), para cobrar solução às polêmicas mudanças no Código Florestal Brasileiro. Jank pediu a interferência de Lula junto a deputados e senadores para que o relatório da comissão que analisou alterações no código seja votado antes da posse da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT).
 
"Mudanças devem ser feitas no Congresso (Câmara) e no Senado, mas não podemos voltar à estaca zero com um novo governo", disse o executivo. Para ele, é preciso "urgentemente uma solução definitiva para o impasse da reserva legal, que ameaça milhares de hectares de cana", disse, numa referência à punição prevista no Código Florestal aos agricultores que possuem áreas com menor porcentual de matas e florestas.
 
O relatório do deputado Aldo Rebello (PCdoB-SP), defendido pela bancada ruralista, prevê, entre outras mudanças, anistia parcial a agricultores. "A votação do relatório do deputado Aldo Rebello ainda este ano na Câmara é imprescindível, especialmente porque o assunto foi exaustivamente debatido; os conflitos decorrentes da aplicação do Código geram insegurança", completou.
 
Ao lado de Lula, Jank participou hoje do evento que marcou o início das obras do alcoolduto da PMCC, em Ribeirão Preto (SP), cerimônia na qual foi assinado ainda um plano para a capacitação de até 25 mil trabalhadores da cana-de-açúcar, principalmente os cortadores que perderão empregos com o avanço da mecanização na cultura. 

Faresp
 
No evento, Jank foi sucedido pelo pronunciamento do presidente da Federação dos Trabalhadores Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), Elio Neves, que cobrou a distribuição de riqueza do setor sucroalcooleiro. "Sem a luz do sol e sem os trabalhadores não haverá etanol para tocar o alcoolduto; precisamos do álcool abastecendo os carros, mas precisamos abastecer também a mesa de comida dos trabalhadores e essa questão não foi resolvida", disse Neves. "Vamos incorporar a alimentação, a saúde, educação e a participação efetiva dos trabalhadores nessa riqueza", concluiu.

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