Walderi Braz Paschoalin (PSDB) foi morto a tiros nesta sexta-feira (10)
Fabiana Uchinaka, UOL
Foto: Fábio Braga/Folhapress
O delegado Zacarias Katcer Padros, chefe do SHPP (Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa), confirmou que quatro detidos pelo assassinato do prefeito de Jandira, Walderi Braz Paschoalin (PSDB), serão indiciados pelo homicídio e são ligados a uma facção criminosa. Ele pediu a prisão temporária dos suspeitos.
Segundo o delegado, um exame residuográfico constatou presença de pólvora na mão de dois homens detidos nesta manhã após o crime. Lázaro Teodoro Faustino e Adilson Alves de Souza estão na Delegacia Seccional de Carapicuíba.
“Eles são uma quadrilha e estão agindo provavelmente a mando de alguém. Nossa preocupação agora é com os executores, que posteriormente devem levar ao mandante”, afirmou o delegado. Segundo Padros, um deles teria participado da invasão ao apartamento da filha do prefeito, ocorrida em setembro. Os outros dois suspeitos são Felipe dos Santos Teodoro e Cristiano dos Santos, que pertenceriam a uma quadrilha ligada a uma facção criminosa e já eram conhecidos da polícia.
Nenhum dos detidos assumiu participação no crime. Eles se mantiveram em silêncio na delegacia. As armas ainda não foram encontradas. A polícia ainda investiga se há ligação do assassinato com a morte de dois vereadores na cidade em julho deste ano -o ex-vereador Waldomiro Moreira de Oliveira, o Mineiro, e o suplente Ivo Aureliano, conhecido como Ivo do Gás.
A dona do Focus utilizado no crime reconheceu um dos detidos. Ela afirmou que o carro foi roubado na capital paulista. Também prestou depoimento à polícia a telefonista da rádio onde o assassinato ocorreu. Abalada, ela afirmou que não poderia reconhecer os homens, pois eles estavam encapuzados.
"O crime foi direcionado para execução do prefeito e do motorista. Eles chegaram atirando com armas de grosso calibre", disse pela manhã o delegado Marcos Carneiro Lima, que deu início à investigação.
Som de tiros
O crime ocorreu por volta das 8h desta sexta-feira (10) na rua Antônio Conselheiro, no Jardim Mirantes, em Jandira (Grande SP). O prefeito chegava à rádio Astral FM com o motorista e segurança, Wellington Martins, quando o veículo foi interceptado por outro. Ele gravaria o programa “Bom dia, prefeito”. Os disparos foram captados pela emissora, e puderam ser ouvidos ao vivo no momento em que o locutor Marcos Aleixo falava sobre o prefeito com o colega, Fernando Silva. “Que bagunça que é essa aí?”, questionou Aleixo.
Walderi Braz Paschoalin, no PSDB, tinha 62 anos e cumpria no terceiro mandato. Ele chegou a ser atendido, mas morreu em um pronto-socorro municipal. O segurança foi encaminhado ao Hospital das Clínicas, onde passou por uma cirurgia. Ele está em estado gravíssimo.
A polícia prendeu os quatro suspeitos poucos minutos após o assassinato para averiguação. Eles estavam em uma estrada de terra próxima ao local do homicídio, em um Polo. O Focus prata que interceptou o carro do prefeito foi encontrado em um barranco também na saída da cidade, sem marcas de frenagem, com os bancos molhados de gasolina e uma garrafa pet com combustível. Para a polícia, eles não tiveram tempo de incendiar o automóvel. Mais dois homens foram detidos na mesma região.
A Procuradoria Geral de Justiça designou os promotores do Júri de Jandira e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo São Paulo para acompanhar as investigações, que serão conduzidas pelo delegado Zacarias Katcer Padros, chefe do SHPP (Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Carapicuiba (Grande São Paulo).
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