Desde a segunda-feira milhares de manifestantes protestam contra um possível governo no Hezbollah
BBC Brasil
O presidente do Líbano, Michel Suleiman, nomeou nesta terça-feira o candidato da oposição Najib Mikati para o cargo de primeiro-ministro, abrindo caminho para a formação de um governo liderado pelo grupo xiita Hezbollah. De acordo com um comunicado da Presidência, o empresário bilionário sunita Najib Mikati conquistou os votos de 68 parlamentares, contra 60 do ex-premiê Saad Hariri.
Segundo a Constituição libanesa, o posto de premiê deve ser ocupado por um muçulmano sunita. Mikati já foi primeiro-ministro durante três meses em 2005, logo após a morte do então premiê Hafik Hariri, pai de Saad.
Violência
Enquanto o Parlamento libanês votava, simpatizantes dos partidos que formam o bloco 14 de Março, liderado por Hariri, saíram às ruas em novos protestos, cada vez mais violentos. Desde a segunda-feira milhares de manifestantes protestam contra um possível governo do Hezbollah, afirmando que o grupo orquestra um "golpe" para permitir que Irã e Síria controlem o Líbano.
Manifestantes protestam contra um possível governo do Hezbollah. Os protestos se tornaram violentos em várias regiões do país e na capital, Beirute, com bloqueios a estradas, incluindo a principal rodovia que liga o país à fronteira com a Síria.
Nas ruas da capital e de Trípoli, a segunda maior cidade do país, partidários de Hariri queimaram pneus e bloquearam ruas. Em alguns pontos das duas cidades, jornalistas libaneses e estrangeiros foram agredidos a pedradas. Alguns foram levemente feridos.
Emissoras de TV como a Al Jazeera e a Al-Jadid tiveram veículos queimados. Tiroteios teriam ocorrido em bairros no oeste e sul de Beirute. Estradas foram bloqueadas por simpatizantes de Hariri no norte e sul do país, assim como em regiões do Vale do Bekaa, no leste do Líbano.
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