Projeto atuará no desenvolvimento de novas formas de interação
São Carlos em Rede
Foto: Divulgação
Um projeto desenvolvido no Laboratório de Interação Avançada (LIA), do Departamento de Computação (DC) da UFSCar, foi aprovado na chamada pública do Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI. A pesquisa, coordenada pela docente do DC Júnia Anacleto, tem como foco o desenvolvimento de soluções de apoio ao processo de desinstitucionalização de pacientes psiquiátricos, ditado por leis brasileiras.
O projeto "Um ambiente culturalmente contextualizado para a interação natural e flexível de apoio ao processo de ressocialização em um contexto hospitalar para pacientes crônicos" atuará no desenvolvimento de novas formas de interação, denominadas "Natural User Interfaces" (NUI), que permitem a interação entre o profissional de saúde e o paciente, usando voz, movimentos, audição, telas sensíveis ao toque, ambientes inteligentes e dispositivos móveis interativos. O projeto conta com a colaboração de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e da Universidade de British Columbia.
O foco da proposta é a adoção de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), apoiando o processo de transição de desinstitucionalização e integração dos pacientes para a sociedade. Junia explica que o projeto procura verificar como as TIC podem melhorar a interação natural de profissionais de saúde com seus pacientes. "No espaço do hospital e seu entorno é necessário investigar como os sistemas interativos baseados em TIC podem prover uma forma mais natural, ambiental e integrada de interagir, oferecendo melhores ferramentas e dispositivos compartilhados de apoio à execução de tarefas, ajudando-os no desafio de acompanhar e assistir os pacientes, potencialmente permitindo um processo mais suave de transição dos pacientes para a sociedade, o que é nosso foco principal, e também obrigatório por lei no Brasil", afirma.
Junia salienta que o desenvolvimento e adoção de novas ferramentas computacionais podem contribuir tanto para o trabalho dos profissionais da saúde, como também para os pacientes, que poderão desenvolver suas habilidades de ressocialização junto à comunidade. "Prevemos que a adoção das NUI, no design adequado das ferramentas computacionais para o profissional de saúde e os pacientes, será útil para qualquer grupo que tenha déficits de socialização, quer devido a distúrbios neurológicos, distúrbios de aprendizagem ou falta de estímulo adequado. Isso será um marco nas pesquisas em TIC, podendo ser a alavanca para estabelecer NUIs como o novo paradigma de interação com a tecnologia, diferente do mouse e teclado que impera hoje", afirma.
A professora da UFSCar também salienta o pioneirismo dos trabalhos desenvolvidos no âmbito da utilização de ferramentas computacionais na área da Saúde. "Somos um dos primeiros grupos, em nível mundial, a explorar cientificamente o paradigma de NUI no ambiente hospitalar, bem como somos os pioneiros a trabalhar o desenvolvimento de soluções tecnológicas que sejam sensíveis ao contexto cultural do usuário. Acredito que isso traz uma distinção e destaque merecido à UFSCar, pelo grau de excelência, qualidade e ousadia em suas pesquisas, tanto no cenário nacional quanto internacional", relata Junia.
O Instituto Microsof Research Fapesp é uma iniciativa para apoiar projetos de pesquisa em Tecnologias de Informação e Comunicação propostos por pesquisadores associados a universidades e institutos de pesquisa no Estado de São Paulo. O objetivo é formar uma rede de pesquisadores capazes de criar novos conhecimentos que contribuam para expandir as capacidades da tecnologia de computação para atender mais e melhor os desafios sociais e econômicos de comunidades desfavorecidas, rurais e urbanas.
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