Chefes de vários países africanos acompanharam à cerimônia
Felix Onuah e Camillus Eboh, Reuters
O presidente nigeriano Goodluck Jonathan tomou posse no domingo para cumprir seu primeiro mandato fruto das urnas, no país mais populoso da África, tendo pela frente o desafio de promover reformas e tentar sanar divisões regionais.
Chefes de Estado de vários países africanos, dignitários estrangeiros e líderes religiosos se reuniram na praça Eagle, no centro de Abuja, para assistir à cerimônia de posse e a um desfile militar, marcando o início do mandato de quatro anos de Jonathan.
"Como presidente da República Federal da Nigéria, vou cumprir meus deveres com o máximo de minha habilidade, com lealdade e de acordo com a Constituição," disse Jonathan quando prestou o juramento.
O ex-estudante de zoologia venceu as eleições do mês passado, que, embora fossem longe de perfeitas, foram vistas como tendo refletido a vontade da população em um país que no último meio século praticamente só conheceu governos militares e eleições fraudadas.
Jonathan emergiu do pleito com um mandato digno de crédito, tendo conquistado 59 por cento dos votos, mas com seu partido governista, o Democrático do Povo (PDP), enfraquecido devido à redução de sua maioria no Parlamento e à perda de vários governos estaduais poderosos.
A eleição destacou as divisões religiosas e étnicas da Nigéria. Cristão do sul do país, Jonathan foi vitorioso em sua região natal, mas seu rival, o nortista ex-governante militar Muhammadu Buhari, teve desempenho forte no norte do país, de maioria muçulmana.
Cerca de 800 pessoas foram mortas em tumultos e conflitos sectários em cidades do norte depois do anúncio da vitória de Jonathan. De acordo com a entidade Human Rights Watch, casas, igrejas e mesquitas foram destruídas. "Os desafios profundos que a Nigéria enfrenta são, em seu fundo, problemas de direitos humanos," disse Corinne Dufka, pesquisadora sênior para a África ocidental do Human Rights Watch.
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