segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mundo | Kadafi está pronto para trégua, diz presidente sul-africano

Proposta da União Africana é rejeitada pelos rebeldes; ditador já desrespeitou cessar-fogo antes

Associated Press

Foto: Ivan Sekretarev/AP
O ditador da Líbia, Muamar Kadafi, está pronto para estabelecer uma trégua com os rebeldes e encerrar a guerra civil no país, disse Jacob Zuma, presidente da África do Sul, depois de uma reunião com o coronel líbio. O sul-africano, porém, afirmou que há condições para que o cessar-fogo seja decretado, o que foi prontamente rejeitado pelos insurgentes.
 
Segundo Zuma, que viajou à Líbia especialmente para negociar com Kadafi, disse que o líder líbio disse estar pronto para aceitar a iniciativa da União Africana para encerrar todas as hostilidades, incluindo os bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em apoio aos rebeldes. "Ele está pronto para implementar uma trégua", afirmou o líder sul-africano.
 
Kadafi insiste que "todos os líbios devem ter a chance de falar" para determinar o futuro do país, disse Zuma, que não mencionou se Kadafi falou sobre uma possível renúncia, a principal exigência dos insurgentes. As declarações de Zuma foram transmitidas pelo canal estatal líbio logo depois do encontro com o coronel.
 
Em abril, Zuma liderou uma delegação da União Africana que viajou a Trípoli com uma proposta de trégua. Kadafi disse que aceitaria o cessar-fogo, mas os ataques contra os rebeldes foram retomados pouco tempo depois e a guerra civil se intensificou.
 
Em Benghazi, a capital dos rebeldes, o Ministro de Exteriores insurgente, Fathi Baja, rejeitou o plano. "Nós o refutamos completamente, não consideramos isso uma alternativa política, é só algo que Kadafi quer anunciar para permanecer no poder", disse o chanceler. Ele acredita que Zuma esteja na Líbia para negociar uma estratégia de saída para o coronel, o que o presidente sul-africano nega.
 
Os conflitos na Líbia já duram mais de três meses. Os rebeldes tentam derrubar o regime de Kadafi, que está há 41 anos no poder e se recusa a negociar apesar da pressão internacional. Um mês após uma sangrenta guerra, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou intervenções aéreas para proteger os civis atacados pelo ditador. As operações estão atualmente sob comando da Otan.

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