Encontro das CEBs da arquidiocese foi realizado no
final de semana
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
Terminou por volta
das 13h deste domingo (22) o 26° Encontro das Comunidades Eclesiais de Base
(CEBs) da sub-região da CNBB de Campinas, realizado desde sábado (21) em
Ribeirão Bonito. Entre os presentes, representantes de seis dioceses do
interior paulista: Amparo, Bragança Paulista, Campinas, Limeira, Piracicaba e São
Carlos. Cerca de 200 pessoas participaram das atividades, voltadas à discussão
de assuntos de interesse da própria igreja e da sociedade.
O encontro teve
início na manhã de sábado (21), com a acolhida aos católicos visitantes. Na
Igreja Matriz do Bom Jesus da Cana Verde, em Ribeirão Bonito, o evento foi
aberto oficialmente com uma oração. Após orientações práticas, o professor
Edson Gonçalves Silva, da diocese de Campinas, proferiu uma palestra onde
abordou os principais assuntos que seriam discutidos durante o encontro, entre
eles a participação política, juventude e os rumos da Igreja Católica.
Na sequência, após um
breve intervalo, quem se apresentou foi a socióloga Rosilene Wansetto (foto), esposa
de Edson, que explanou sobre sustentabilidade e política. Os assuntos foram os
destaques do encontro, que teve como tema: “CEBs em busca da Sociedade do Bem
Viver e Conviver para que todos tenham vida”. Após o almoço, os participantes
do evento se dirigiram à Capela de Nossa Senhora Aparecida, no Morro Bom Jesus,
para um momento de oração.
De volta à Igreja, as
cerca de 200 pessoas se dividiram em 10 grupos de trabalho para discutir os temas
apresentados no início do encontro e os relatórios começaram a ser apresentados
por volta das quatro da tarde. Em sua síntese, o professor Edson Silva
ressaltou alguns dos assuntos citados durante a plenária. Destacou a
necessidade de a igreja rever, e não abolir, alguns conceitos, como é o caso
dos ministérios celibatários.
Silva (foto) focou suas considerações
no tema político. Orientou que as comunidades cobrem de seus párocos um
posicionamento imparcial durante o período eleitoral e que, percebendo a
preferencia do sacerdote por um candidato, chamem-no a atenção. Também reforçou
a recomendação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgada
através de cartilha, para que os padres orientem os fiéis no sentido de
escolherem candidatos “ficha-limpa”.
Rosi falou em seguida
e abordou a questão política nacional, citando o governo Lula e falando sobre a
dívida externa. Voltou a mencionar a sustentabilidade, a exemplo do que fez
pela manhã, e direcionou sua fala à política. Reafirmou a importância da
participação popular no processo político, não só fiscalizando, mas também se
candidatando, e disse que os membros das comunidades não devem ser excluídos,
mas sim incentivados quando decidem candidatar-se.
Ela também falou que
os jovens devem receber uma atenção especial e apoio. Neste mesmo aspecto,
abordou a aproximação da Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no
Rio de Janeiro em 2013. Por volta das seis da tarde, a diocese de Limeira
promoveu mais um momento de oração para encerrar o primeiro dia das atividades.
Os participantes que vieram de outras cidades foram acolhidos por diversas
famílias ribeirão-bonitenses.
Já no domingo (22), o
encontro foi aberto às sete e meia da manhã com uma missa celebrada pela
diocese de Piracicaba. Por volta das nove horas, foi iniciado o momento de
testemunhos “Construindo a Sociedade do Bem Viver”. Na abertura, representando
a Amarribo Brasil, o diretor Guilherme Caldas von Haehling falou sobre o
trabalho de mobilização da entidade, a rede de mais de 200 organizações pelo
país e a organização da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção.
Guilherme (foto) ainda
distribuiu cartilhas com orientações de mobilização e com um histórico da
entidade ribeirão-bonitense, que surgiu por iniciativa do pároco local em 1999.
Depois da Amarribo, as pastorais tiveram a palavra. Representando a pastoral dos
migrantes de Ribeirão Bonito, o casal Joana d’Arc e Wando emocionou os
espectadores com seu testemunho de como a igreja se torna a família de quem
deixa sua terra-natal em busca de melhores condições de vida em outros estados.
Antes do
encerramento, o professor Edson Silva voltou a fazer considerações sobre o
Encontro das CEBs. Reafirmou o que havia dito no dia anterior e lembrou o
exemplo da própria Amarribo Brasil, que foi apresentado momentos antes. O
símbolo do 26° Encontro foi entregue à diocese de Bragança Paulista, que
sediará a próxima edição. O pároco João Francisco Trovilho Morales agradeceu às
equipes de organização e fez um rápido pronunciamento.
Morales se emocionou
ao falar da preparação para o encontro e explicou os objetivos das Comunidades
Eclesiais de Base, destacando “viver e conviver em sociedade, buscando uma vida
digna”. Por volta de uma e meia da tarde, os participantes do encontro deixaram
Ribeirão Bonito. Ouvidos pela reportagem, alguns integrantes ressaltaram a
hospitalidade do povo ribeirão-bonitense e agradeceram à acolhida.
As CEBs se espalharam
pelo Brasil entre as décadas de 1970 e 1980. Durante a luta contra a ditadura
militar, deram grande contribuição à redemocratização do Brasil, impulsionaram
a criação de clubes, associações de moradores, inserção no movimento operário e
outras iniciativas que fortaleceram o movimento social. Ligadas diretamente à
Igreja Católica, foram incentivadas pelo Concílio Vaticano II entre os anos de
1962 e 1965.
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