Ex-diretora de Educação e assessor jurídico também
respondem a ação
Marcel Rofeal e Sergio Ronco, especial de Ribeirão Bonito
O Ministério Público
Estadual moveu Ação Civil Pública contra o ex-prefeito de Ribeirão Bonito Paulo
Antonio Gobato Veiga (PPS), a ex-diretora de Educação Regiane Pagani Serra dos
Reis e o assessor jurídico Adelino Morelli, para investigar denúncias de
irregularidades na aplicação de recursos do Fundeb nos anos de 2009 e 2010. Na
ação, o MP pede o ressarcimento solidário de R$ 20.460,80 (sem correção) ao
erário e, em liminar, a indisponibilidade dos bens dos requeridos.
As denúncias vieram à
tona no dia 6 de junho de 2011 durante o Tema Livre da sessão de Câmara. Na
oportunidade, Renata questionou sobre a origem dos pagamentos da então diretora
de Educação do município, Regiane Pagani Serra dos Reis, e se ela participava
do rateio anual do Fundeb, que é destinado aos profissionais que atuam em sala de
aula. À época, o Executivo confirmou em ofício que a chefe do Departamento
Municipal de Educação não poderia participar do rateio.
Uma semana depois, a
Prefeitura de Ribeirão Bonito abriu uma sindicância para apurar as denúncias e
responsabilidades, no caso de confirmação das irregularidades. No dia 20 de
junho, de surpresa, a Câmara de Ribeirão Bonito aprovou a instalação de uma
Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o caso. O relatório final,
lido em sessão do dia 23 de fevereiro de 2012, apontou que houve
irregularidades, mas os membros da comissão decidiram pelo arquivamento do
processo.
Em agosto de 2011,
uma edição do Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou o comunicado das
possíveis irregularidades na aplicação do Fundeb no município. No fim do ano,
segundo o então prefeito Paulo Veiga, o processo administrativo da prefeitura
havia emitido relatório inconclusivo sobre o caso, pois três pareceres
jurídicos divergiram. “Um diz que está errado o pagamento, o outro diz que está
certo e o terceiro deixa dúvida se está certo ou errado”, disse Veiga à época.
Na mesma época das
investigações, uma denúncia foi encaminhada à Procuradoria Geral de Justiça do
Estado de São Paulo e protocolada no Ministério Público Estadual, que decidiu
mover ação civil em setembro de 2011, suprimir os dados do denunciante e manter
o inquérito em sigilo até o dia 19 de abril. Para a promotora Constance
Caroline Albertina Alves Toselli, que assina a ação com mais quatro promotores
do Projeto Especial Tutela Coletiva, não houve improbidade administrativa.
Para o juiz Luís
Filipe Vizotto Gomes, “o exame superficial dos fatos e elementos jurídicos
revela situação controvertida, em que se mostra necessária a interpretação e a
conjugação de diversos dispositivos legais”. A indisponibilidade dos bens dos
requeridos, segundo o magistrado, só seria justificada quando houvesse fortes
indícios de responsabilidade por lesão ao patrimônio público, que não seria o
caso, o que o levou a indeferir a liminar. À decisão, no entanto, cabe revisão.
Ouvido pela
reportagem, o ex-prefeito Paulo Veiga disse ter conhecimento da ação, mas
afirmou que ainda não foi notificado oficialmente. Sobre os fatos apresentados,
Veiga reafirmou que autorizou os pagamentos com base em pareceres jurídicos da
época. “Continuo dizendo o que eu disse na época: só foi autorizado porque
havia, o próprio Recursos Humanos da prefeitura e o advogado, um parecer
favorável”. Veiga declara que, se a Justiça decidir, os valores serão
ressarcidos com correção.
Segue entrevista com Paulo Veiga na noite desta quarta (24).
Blog: VOCÊ TEM CIÊNCIA DA
AÇÃO CIVIL PÚBLICA MOVIDA PELO MP DA COMARCA DE RIBEIRÃO BONITO QUANTO AO
PAGAMENTO DO RATEIO DO FUNDEB À DIRETORA DA EDUCAÇÃO DA ÉPOCA EM QUE VOCÊ ERA
PREFEITO?
Paulo Veiga: Eu sei que existe,
mas, porém, não fui notificado, não sei o teor ainda da denúncia.
Blog: O QUE VOCÊ TEM A
DIZER SOBRE OS FATOS DA ÉPOCA?
Paulo Veiga: Os fatos é que na
época tinha um parecer jurídico favorável ao pagamento da diretora e que por
isso foi autorizado. Continuo dizendo o que eu disse na época: só foi
autorizado porque havia, o próprio Recursos Humanos da prefeitura e o advogado,
deu um parecer favorável. Como eu não sou formado em Direito, eu acatei o
parecer.
Blog: COMO FICA O
RESSARCIMENTO SUGERIDO PELO MP AOS COFRES DA PREFEITURA?
Paulo Veiga: Certamente é um
processo discutível porque é meio dúbia essa situação, a gente entende que tem
dúvidas, mas se a Justiça, ao final do processo, transitado e julgado, entender
pelo pagamento, será feito em valores do dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Pedimos a compreensão de todos: caso queira enviar comentário sem ser identificado, envie para o e-mail marcel.rofeal@gmail.com para que, pelo menos a administração deste blog, possa identificar os autores.