segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Base de Policiamento Distrital em Guarapiranga – Parte I

O sonho de moradores que, após mobilização, se tornou uma realidade 

Marcel Rofeal, especial de Guarapiranga 

Fotos: Marcel Rofeal/BMR
O BMR inicia nesta segunda-feira (16) uma série de reportagens especiais sobre a implantação da Base Comunitária de Policiamento Distrital em Guarapiranga, distrito localizado a 12 quilômetros de Ribeirão Bonito. Nossa reportagem visitou o distrito ribeirão-bonitense, analisou arquivos, conversou com moradores e acompanhou parte do patrulhamento desempenhado na área. Na primeira parte da série, relembraremos todo o processo que precedeu a instalação.

Promessa à população – Uma reivindicação antiga de moradores de Guarapiranga vivia na pauta das reuniões promovidas pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) no distrito. A insegurança causada pela falta de um patrulhamento constante pela localidade era uma sensação unânime entre a população local. Devido às constantes reclamações e aos pedidos insistentes dos habitantes, foi marcada uma reunião com o foco exclusivamente sobre o tema.

No dia 9 de maio de 2011, cerca de 30 moradores participaram do encontro com o tenente-coronel Jackson Justus, à época comandante do 38° Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I) – era a primeira vez que o comandante do Batalhão da PM ia ao distrito para conversar com moradores. Após uma série de denúncias, Justus anunciou que se empenharia para solucionar os problemas e se comprometeu com a instalação de uma Base Comunitária de Policiamento Distrital.

Questões burocráticas – A promessa do tenente-coronel mobilizou, ainda, esforços do Poder Público local. Justus declarou que a unidade da PM poderia entrar em operação dentro de quatro meses, mas o processo teve início oficialmente quase três meses após a reunião, quando a Prefeitura de Ribeirão Bonito encaminhou ao Legislativo o projeto que permitiria o convênio com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) para viabilizar a estruturação.

Em 15 de agosto de 2011, a Câmara de Ribeirão Bonito aprovou por unanimidade o PL 038/2011 e a questão voltou ao Executivo, que elaborou o documento e encaminhou a São Paulo. Com problemas técnicos, a formalização do convênio atrasou ainda mais. Cerca de sete meses depois, o então presidente da Associação de Moradores e Amigos de Guarapiranga (AMAG), Marcelo Antonio Lollato, chegou a se ajoelhar em reunião para implorar agilidade no caso.

Liberada para operação – No dia 25 de agosto de 2012, 474 dias após a promessa em Guarapiranga, o Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou a autorização do governo estadual para a abertura da base policial no distrito ribeirão-bonitense. Pronto desde janeiro, após sofrer reformas, o prédio que abrigaria a unidade começou a se deteriorar por falta de uso. A informação foi divulgada no dia 23 de agosto, após declarações do comando da 2ª Cia do 38° BPMI.

Com a demora nos trâmites burocráticos, o soldado que seria designado para tal função foi destacado para outro ponto e o titular da base foi substituído. O comando da 2ª Companhia informou, na época, que procedimentos desta natureza eram complexos e que não havia previsão para a inauguração. No entanto, uma semana após a publicação, foram iniciados os estudos para o início das operações da base, principalmente acerca do novo soldado e do envio de equipamentos.

Há cerca de um ano a base está em pleno funcionamento em Guarapiranga. Nesse período, o índice de ocorrências no distrito cresceu, mas o funcionamento da unidade da Polícia Militar chegou a ser interrompido. O impacto provocado pela intensificação no patrulhamento daquela área e os problemas que quase comprometeram a manutenção do posto e motivaram reuniões entre autoridades locais e da própria PM serão abordados na segunda parte da série nesta terça-feira (17).

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