O sonho de moradores que, após mobilização, se
tornou uma realidade
Marcel Rofeal, especial de Guarapiranga
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
O BMR inicia nesta
segunda-feira (16) uma série de reportagens especiais sobre a implantação da
Base Comunitária de Policiamento Distrital em Guarapiranga, distrito localizado
a 12 quilômetros de Ribeirão Bonito. Nossa reportagem visitou o distrito ribeirão-bonitense,
analisou arquivos, conversou com moradores e acompanhou parte do patrulhamento
desempenhado na área. Na primeira parte da série, relembraremos todo o processo
que precedeu a instalação.
Promessa à população –
Uma reivindicação antiga de moradores de Guarapiranga vivia na pauta das
reuniões promovidas pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) no
distrito. A insegurança causada pela falta de um patrulhamento constante pela
localidade era uma sensação unânime entre a população local. Devido às
constantes reclamações e aos pedidos insistentes dos habitantes, foi marcada uma reunião com o foco exclusivamente sobre o
tema.
No dia 9 de maio de
2011, cerca de 30 moradores participaram do encontro com o tenente-coronel
Jackson Justus, à época comandante do 38° Batalhão de Polícia Militar do
Interior (BPM/I) – era a primeira vez que o comandante do Batalhão da PM ia ao
distrito para conversar com moradores. Após uma série de denúncias, Justus anunciou
que se empenharia para solucionar os problemas e se comprometeu com a
instalação de uma Base Comunitária de Policiamento Distrital.
Questões burocráticas
– A promessa do tenente-coronel mobilizou, ainda, esforços do Poder Público
local. Justus declarou que a unidade da PM poderia entrar em operação dentro de
quatro meses, mas o processo teve início oficialmente quase três meses após a
reunião, quando a Prefeitura de Ribeirão Bonito encaminhou ao Legislativo o
projeto que permitiria o convênio com a Secretaria de Segurança Pública do
Estado de São Paulo (SSP-SP) para viabilizar a estruturação.
Em 15 de agosto de
2011, a Câmara de Ribeirão Bonito aprovou por unanimidade o PL 038/2011 e a
questão voltou ao Executivo, que elaborou o documento e encaminhou a São Paulo.
Com problemas técnicos, a formalização do convênio atrasou ainda mais. Cerca de
sete meses depois, o então presidente da Associação de Moradores e Amigos de
Guarapiranga (AMAG), Marcelo Antonio Lollato, chegou a se ajoelhar em reunião para
implorar agilidade no caso.
Liberada para
operação – No dia 25 de agosto de 2012, 474 dias após a promessa em
Guarapiranga, o Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou a autorização do
governo estadual para a abertura da base policial no distrito
ribeirão-bonitense. Pronto desde janeiro, após sofrer reformas, o prédio que abrigaria
a unidade começou a se deteriorar por falta de uso. A informação
foi divulgada no dia 23 de agosto, após declarações do comando da 2ª
Cia do 38° BPMI.
Com a demora nos
trâmites burocráticos, o soldado que seria designado para tal função foi
destacado para outro ponto e o titular da base foi substituído. O comando da 2ª
Companhia informou, na época, que procedimentos desta natureza eram complexos e
que não havia previsão para a inauguração. No entanto, uma semana após a publicação,
foram iniciados os estudos para o início das operações da base, principalmente acerca do novo soldado e do envio de equipamentos.
Há cerca de um ano a
base está em pleno funcionamento em Guarapiranga. Nesse período, o índice de
ocorrências no distrito cresceu, mas o funcionamento da unidade da Polícia
Militar chegou a ser interrompido. O impacto provocado pela intensificação no
patrulhamento daquela área e os problemas que quase comprometeram a manutenção
do posto e motivaram reuniões entre autoridades locais e da própria PM serão
abordados na segunda parte da série nesta terça-feira (17).
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