Decreto da Prefeitura pretende contratar equipe de
apoio com urgência
Marcel Rofeal, da Redação
Fotos: Arquivo/BMR
Com cerca de 60 casos
de Dengue no município, sendo 23 confirmados e outros 37 sob suspeita, a
Prefeitura de Ribeirão Bonito atende à solicitação da Vigilância em Saúde e
publica nos próximos dias o decreto que institui Estado de Alerta no combate ao
mosquito Aedes Aegypti, responsável pela transmissão da doença. Em entrevista
ao Jornal Correio D’Oeste há uma semana, a diretora do Departamento de
Saúde disse estar assustada com o índice de infecções na cidade.
Segundo Maria Eliza
Lazarini Alboleia, que chefia a pasta da Saúde desde meados de 2008, é o maior
número de casos registrados na cidade desde então. De acordo com Maria Eliza,
pelo menos seis casos foram importados e os demais são considerados autóctones,
ou seja, contraídos dentro de Ribeirão Bonito. “Na verdade só o primeiro é
considerado importado. Ela [a pessoa] veio infectada, na verdade, e depois
proliferou”, disse a diretora do Departamento de Saúde.
Ainda de acordo com Maria
Eliza, o principal foco da Dengue em Ribeirão Bonito, até a entrevista, era a Rua
Dr. Aurélio Neves, no Centro, mas outros pontos da cidade, após a publicação, entraram
em alerta devido à localização de criadouros. “O mosquito não voa muito longe...
de quatro a cinco quarteirões”, explica. No entanto, equipes da Vigilância
Sanitária atuam em vistoria em todos os pontos da cidade, mas alguns moradores
impedem o trabalho dos agentes comunitários.
“O problema maior está
sendo casa fechada”, disse Maria Eliza. “Nós estamos fazendo um levantamento e
vamos notificar os proprietários”, afirma. Ainda segundo ela, em algumas
vistorias, os agentes chegam a ser ameaçados por moradores. “É muito importante
a colaboração de toda a comunidade, mantendo limpos os quintais, as piscinas e
calhas, e qualquer outro recipiente que acumule água”, reafirma a diretora, que insiste em pedir o apoio
e a compreensão da população.
Questionada sobre uma
das principais indagações populares, a diretora de Saúde explica que há uma
determinação da Vigilância Sanitária Estadual que proíbe e realização do
chamado “fumacê”, pois o órgão constatou que a ação causa danos ao meio
ambiente e deixa o mosquito transmissor ainda mais resistente. “A Dengue não é
apenas um problema administrativo e sim uma somatória de fatores que apontam
para o atual quadro de infecções. Achar culpados não cura a Dengue”, disse.
Também de acordo com
Maria Eliza, o Departamento de Saúde adotou todas as medidas possíveis com relação
à Dengue, principalmente na prevenção, em caráter de urgência e com o zelo
devido. Ela ainda afirma que todos os agentes comunitários são submetidos a
treinamentos junto aos órgãos especializados e devem contar com reforço de equipes
de apoio contratadas emergencialmente para auxiliar na limpeza e remoção de
criadouros, e na nebulização de casas.
“O município não
medirá esforços para executar as ações pertinentes para reverter este quadro e,
neste rumo, o Departamento Municipal de Saúde promove ações de sensibilização
junto aos professores das redes pública e privada de ensino, orientações
pontuais para farmácias e drogarias, e ações junto às principais lideranças
comunitárias para multiplicar a sensibilização de todos para, juntos,
enfrentarmos este problema”, conclui, em nota desta quinta-feira (27).
De acordo com a
Prefeitura de Ribeirão Bonito, o decreto assinado pelo prefeito Wilson Forte
Júnior (PMDB) deve ser publicado a qualquer momento, mas até o fechamento desta
reportagem não havia indicativo no portal do Governo Municipal. A medida, em
nota do Executivo, atende à solicitação de técnicos da Vigilância em Saúde e
visa à contratação emergencial de serviços gerais para apoio nos trabalhos de
prevenção e combate aos criadouros do mosquito transmissor da Dengue.
Sintomas - Infectados
pelo vírus podem apresentar febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou
simplesmente nenhum sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele,
sangramentos no nariz e gengivas, dor abdominal intensa e contínua e vômitos
persistentes podem indicar a evolução para Dengue Hemorrágica. Esse é um quadro
grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal - cerca de
5% dos casos, segundo dados do Ministério da Saúde.
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