sexta-feira, 28 de março de 2014

Em alerta, Ribeirão Bonito confirma 23 casos de Dengue

Decreto da Prefeitura pretende contratar equipe de apoio com urgência 

Marcel Rofeal, da Redação 

Fotos: Arquivo/BMR
Com cerca de 60 casos de Dengue no município, sendo 23 confirmados e outros 37 sob suspeita, a Prefeitura de Ribeirão Bonito atende à solicitação da Vigilância em Saúde e publica nos próximos dias o decreto que institui Estado de Alerta no combate ao mosquito Aedes Aegypti, responsável pela transmissão da doença. Em entrevista ao Jornal Correio D’Oeste há uma semana, a diretora do Departamento de Saúde disse estar assustada com o índice de infecções na cidade.

Segundo Maria Eliza Lazarini Alboleia, que chefia a pasta da Saúde desde meados de 2008, é o maior número de casos registrados na cidade desde então. De acordo com Maria Eliza, pelo menos seis casos foram importados e os demais são considerados autóctones, ou seja, contraídos dentro de Ribeirão Bonito. “Na verdade só o primeiro é considerado importado. Ela [a pessoa] veio infectada, na verdade, e depois proliferou”, disse a diretora do Departamento de Saúde.

Ainda de acordo com Maria Eliza, o principal foco da Dengue em Ribeirão Bonito, até a entrevista, era a Rua Dr. Aurélio Neves, no Centro, mas outros pontos da cidade, após a publicação, entraram em alerta devido à localização de criadouros. “O mosquito não voa muito longe... de quatro a cinco quarteirões”, explica. No entanto, equipes da Vigilância Sanitária atuam em vistoria em todos os pontos da cidade, mas alguns moradores impedem o trabalho dos agentes comunitários.

“O problema maior está sendo casa fechada”, disse Maria Eliza. “Nós estamos fazendo um levantamento e vamos notificar os proprietários”, afirma. Ainda segundo ela, em algumas vistorias, os agentes chegam a ser ameaçados por moradores. “É muito importante a colaboração de toda a comunidade, mantendo limpos os quintais, as piscinas e calhas, e qualquer outro recipiente que acumule água”, reafirma a diretora, que insiste em pedir o apoio e a compreensão da população.

Questionada sobre uma das principais indagações populares, a diretora de Saúde explica que há uma determinação da Vigilância Sanitária Estadual que proíbe e realização do chamado “fumacê”, pois o órgão constatou que a ação causa danos ao meio ambiente e deixa o mosquito transmissor ainda mais resistente. “A Dengue não é apenas um problema administrativo e sim uma somatória de fatores que apontam para o atual quadro de infecções. Achar culpados não cura a Dengue”, disse.

Também de acordo com Maria Eliza, o Departamento de Saúde adotou todas as medidas possíveis com relação à Dengue, principalmente na prevenção, em caráter de urgência e com o zelo devido. Ela ainda afirma que todos os agentes comunitários são submetidos a treinamentos junto aos órgãos especializados e devem contar com reforço de equipes de apoio contratadas emergencialmente para auxiliar na limpeza e remoção de criadouros, e na nebulização de casas.

“O município não medirá esforços para executar as ações pertinentes para reverter este quadro e, neste rumo, o Departamento Municipal de Saúde promove ações de sensibilização junto aos professores das redes pública e privada de ensino, orientações pontuais para farmácias e drogarias, e ações junto às principais lideranças comunitárias para multiplicar a sensibilização de todos para, juntos, enfrentarmos este problema”, conclui, em nota desta quinta-feira (27).

De acordo com a Prefeitura de Ribeirão Bonito, o decreto assinado pelo prefeito Wilson Forte Júnior (PMDB) deve ser publicado a qualquer momento, mas até o fechamento desta reportagem não havia indicativo no portal do Governo Municipal. A medida, em nota do Executivo, atende à solicitação de técnicos da Vigilância em Saúde e visa à contratação emergencial de serviços gerais para apoio nos trabalhos de prevenção e combate aos criadouros do mosquito transmissor da Dengue.

Sintomas - Infectados pelo vírus podem apresentar febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou simplesmente nenhum sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos no nariz e gengivas, dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar a evolução para Dengue Hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal - cerca de 5% dos casos, segundo dados do Ministério da Saúde.

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