Encontro foi motivado pela proposta do Plano
Municipal de Educação
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Arquivo/BMR
Uma audiência pública
na noite da última segunda-feira (24), no Plenário “Vereador Emygdio Lucato” da
Câmara Municipal, discutiu a situação da rede pública de ensino de Ribeirão
Bonito. A reunião com o objetivo de esmiuçar o projeto do Plano Municipal de
Educação (PME) acabou tomando proporções maiores e chegou a abordar questões
como desvalorização salarial de profissionais de ensino e de funcionários
públicos. Menos de 20 pessoas participaram do evento.
Marcada por
iniciativa da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Casa, a
audiência reuniu oito dos nove vereadores, a diretora do Departamento Municipal
de Educação e a assessora educacional do Município, e sete moradores, entre
eles um professor. O evento começou pouco depois das 19h30 e durou pouco mais
de uma hora, ocasião em que foram abordados os principais problemas da Educação
no Município e até a crise financeira que reflete no município.
Acerca do PME em si,
a diretora Maria Terezinha Sartorelli Manieri destacou que o plano tem vigência
de 10 anos e deve ser elaborado com base nas metas previstas para o período, no
entanto ressaltou que o texto será analisado a cada dois anos por uma comissão
para que as metas estabelecidas sejam revistas e, por ventura, sejam propostas
emendas ao projeto original. Ao todo, são 20 metas estabelecidas que, para serem
cumpridas, demandam repasses de recursos.
O último plano
elaborado e em vigência no Município é de 2003 e uma das metas era a construção
e entrega de uma nova escola de educação básica, a mesma que se encontra em
obras há cerca de três anos no Jardim Centenário. De acordo com o Departamento
de Educação, o novo plano também prevê o funcionamento da nova escola, bem como
é baseado na previsão de entrega de uma nova unidade de ensino infantil que
está em construção no Centro da cidade.
Sobre os problemas na
rede municipal de ensino, Terezinha disse que a maior preocupação é com a
Educação Infantil, que atende crianças de 0 a 3 anos de idade. Segundo ela, os
repasses de recursos do Governo Federal são muito pequenos em vista da
necessidade de investimentos para manter as crianças e promover adequações de
funcionários, espaço físico e de salários dos profissionais, sejam funcionários
das unidades educacionais ou mesmo dos próprios professores.
Segundo Terezinha,
mesmo a parceria com o programa “Primeiríssima Infância” ainda não apresenta
resultados, por estar em fase de implantação e seria um investimento “para
longo prazo”. Já no Ensino Fundamental, o maior problema é a evasão escolar
que, segundo ela, começa a partir do ciclo II, entre 6° e 7° anos. Terezinha
sugeriu que o Município adotasse os cursos profissionalizantes, mas reconheceu
que é algo distante. “Isso é um fato gravíssimo”, disse.
Para a diretora, os
maiores problemas disciplinares começam a surgir nesse período. “Chega-se no
Coronel, começa a guerra porque eles [alunos] começam a disputar espaço”, disse.
“Adolescência, disputar espaço com as meninas, disputar espaço com eles
próprios ou se autoafirmarem na adolescência deles. Aí começam os conflitos”,
afirmou. Outro destaque é com relação à Educação de Jovens e Adultos (EJA), que
também é uma questão preocupante.
De acordo com
Terezinha, o espaço que seria destinado para os adultos que não tiveram
condições ou oportunidade de concluírem seus estudos no tempo adequado tem
recebido cada vez mais alunos jovens que poderiam frequentar aulas em horário
regular, mas que não se integram à vida escolar e prejudicam os demais
estudantes. Para a diretora, há pouca participação da família na vida escolar
do jovem e é a família quem deveria orientar e incentivar sua frequência na
escola.
Família –
Indiretamente, a família foi o fator que motivou a promoção da audiência
pública. No item que prevê metas de combate à discriminação, entre outras, por
gênero, a ideologia de gênero, que não foi incluída no plano local, tem causado
polêmica pelo país. Um dos pais de alunos presente ao encontro destacou que tal
referência seria um ataque à família e que por essa razão ele e outros teriam
se manifestado, ainda durante a elaboração da proposta, para impedir esse item.
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