Parlamentares argumentaram que aprovariam a matéria
se também os subsídios de prefeito e vice-prefeito fossem reduzidos
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
Por seis votos a
três, o plenário da Câmara de Ribeirão Bonito rejeitou a proposta do vereador e
vice-presidente da Casa Manoelito da Silva Gomes (DEM) acerca da redução de
subsídios dos agentes políticos do Legislativo para a legislatura de 2017 a
2020. Em tribuna, o parlamentar voltou a pedir o apoio dos colegas quanto à
proposta, mas não teve êxito. Apesar da derrota na votação, Manezinho disse
estar de “alma lavada” por ter cumprido uma promessa de campanha.
O clima tenso tomou conta
da sessão na noite desta segunda-feira (7) devido ao processo polêmico em
pauta. A tramitação da matéria, por si só, já havia causado desconforto na Casa
desde o início, quando o parlamentar apresentou o texto para análise da
assessoria interna e, só depois de lido em plenário, foi descoberta uma
irregularidade: prevendo a redução de subsídios também aos agentes do
Executivo, o projeto, pelo Regimento Interno, deveria partir da Mesa Diretora.
A proposta de
Manoelito Gomes era reduzir os subsídios dos vereadores, de R$ 2.148 para R$
1,2 mil, do presidente da Casa e do vice-prefeito, de R$ 3.278 para R$ 1,5 mil,
e do prefeito, de R$ 9.078 para R$ 5 mil. Uma emenda modificativa foi
incorporada ao projeto excluindo o trecho de redução aos subsídios de prefeito
e vice, em atendimento ao Regimento Interno, o que desagradou o parlamento e
motivou uma indicação de Gomes à Mesa, para que proponha a alteração.
Em tribuna, Gomes
havia pedido apoio aos colegas e o recebeu, publicamente, dos vereadores Luiz
Marcelino dos Santos Pallone (PSB) e Marcelo Antonio Lollato (PMDB). O
presidente da Casa, porém, sinalizou que apoiaria a proposta desde que houvesse
inclusão da redução de subsídios aos agentes do Executivo. Já nesta segunda,
outros vereadores se manifestaram e declararam voto contrário à matéria. A
primeira a falar foi Renata Mesquita Magalhães (PSD).
Segundo ela, que
falou sobre seus critérios para votações, “o projeto é válido para onde há valores
exorbitantes”. A vereadora lembrou que votou pelo aumento na legislatura anterior
e que, aprovando a redução, entraria em contradição. “Eu não costumo desaprovar
o que eu aprovei”, destacou. Pallone também foi à tribuna e usou o mesmo argumento
para votar favorável. “Eu também não vou voltar atrás, já votei para não
aumentar o salário lá atrás e voto, agora, para abaixar”, disse.
Da tribuna, Gomes
disse respeitar a posição de Renata e citou que havia recebido incentivo do vereador
Dimas Tadeu Lima (PT) para apresentar a matéria e negou interesse particular. Ao
ser questionado, em aparte aos vereadores Reginho, Pedro Maia e Zeilton, ambos
do PSDB, sobre o destino dos recursos economizados, Manezinho orientou os pares
a analisarem o orçamento e o clima esquentou. Maia chegou a bater na mesa ao
ouvir de Gomes: “você tem que ler, Maia”.
Votação – Dimas
declarou voto contrário à redução, pois, segundo ele, a medida deveria ser
adotada já, e não apenas em 2017. Pela forma como o projeto foi defendido na
Casa, o vereador Baldan também se manifestou contrário à proposta. Ao todo,
foram seis votos contrários: Dimas Tadeu Lima (PT), José Sebastião Baldan
(PMDB), Joseilton de Jesus (PSDB), Pedro Maia Almeida (PSDB), Regivaldo Rodrigues
da Silva (PSDB) e Renata Mesquita Magalhães (PSD).
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