Representantes do setor foram convidados para o
encontro, mas não compareceram; prefeito também não participou e foi criticado
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
A ausência de
comerciantes e empresários e do próprio prefeito Wilson Forte Júnior (PMDB) foi
alvo de críticas durante a audiência pública que reuniu em torno de 30 pessoas
na noite desta terça-feira (15) na Câmara de Ribeirão Bonito. O encontro teve
por finalidade discutir a situação da Associação Ribeirão Bonitense de
Assistência, a Guarda Mirim “Joel Rodrigues”. Segundo a diretoria, subiu
para 29 o número de jovens atendidos pela entidade que estão sem ocupação.
Foi o segundo encontro
promovido pelo Legislativo com este objetivo. O primeiro ocorreu no Plenário “Vereador
Emygdio Lucato” há um mês, logo após uma sessão ordinária, onde vereadores
aceitaram o pedido de pais e da própria direção da instituição para esclarecimentos
acerca do tema. De acordo com a assessoria da Casa, para a audiência desta
terça, foram emitidos cerca de 50 convites para as autoridades, associações, comerciantes e empresários e líderes religiosos.
Pelo menos 30 pessoas
compareceram à audiência, entre elas três vereadores, a diretoria da Guarda
Mirim e jovens da corporação, acompanhados por familiares, além de
representantes de entidades e de representantes do Executivo, como a diretora
do Departamento de Assistência e Desenvolvimento Social e o contador da
Prefeitura Vanderlei Aparecido Paulo da Silva, que falou em nome do prefeito
Nenê Forte. O evento começou por volta das 20h e durou cerca de uma
hora.
Segundo o presidente da
Guarda Mirim, Luís Fernando Galhardo, teria havido uma nova reunião com o
prefeito após a audiência de fevereiro, oportunidade em que o chefe do
Executivo voltou a discutir a situação com a entidade. Para Galhardo, uma das
saídas que estaria em estudo seria a proposta de abatimento de impostos aos
estabelecimentos comerciais que contratarem os serviços da instituição.
Galhardo ainda lamentou a falta de representantes do comércio no encontro.
“O comércio, as
indústrias, tem um descaso com a Guarda Mirim”, afirmou Galhardo. Segundo ele,
a afirmação se daria por duas razões: a primeira é que nas três reuniões
promovidas, duas na Câmara e uma na própria entidade, com a finalidade de
tratar a crise na instituição, o comércio se ausentou; a segunda é que os
lojistas e empresários da cidade simplesmente ignoram a situação dos “mirins”,
simplesmente se negando a contrata-los sem qualquer justificativa plausível.
Galhardo frisou que o
papel da Guarda Mirim vai além de inserir o jovem no mercado de trabalho, pois
a instituição também proporciona cursos de capacitação aos seus alunos, o que é
possível graças às subvenções repassadas pela Prefeitura, além de promover o
acompanhamento da vida escolar de seus componentes e transmitir disciplina para
o melhor relacionamento na sociedade. Esse trabalho
é liderado pelo monitor, o cabo PM Wagner Lucas Rodrigues.
Foto: Arquivo/Divulgação
Desde a segunda-feira (14), o efetivo da Guarda Mirim passou de 20 para 36 jovens. Esses 16 novos membros iniciam o período de capacitação após serem aprovados em processo seletivo que atraiu em torno de 70 jovens do município. Dos 20 integrantes efetivos da corporação, apenas sete já estão inseridos no mercado de trabalho: três deles desempenham funções junto à Prefeitura, uma na sede do Legislativo e outros três em estabelecimentos da iniciativa privada.
Desde a segunda-feira (14), o efetivo da Guarda Mirim passou de 20 para 36 jovens. Esses 16 novos membros iniciam o período de capacitação após serem aprovados em processo seletivo que atraiu em torno de 70 jovens do município. Dos 20 integrantes efetivos da corporação, apenas sete já estão inseridos no mercado de trabalho: três deles desempenham funções junto à Prefeitura, uma na sede do Legislativo e outros três em estabelecimentos da iniciativa privada.
Com a palavra, a
diretora administrativa da entidade voltou a ressaltar que, por lei, é
obrigatório que todo o qualquer estabelecimento, seja ele público ou privado
com sete ou mais funcionários, reserve de 5% a 15% de suas vagas à contratação
de um menor aprendiz. “Nós só pedimos que a lei seja cumprida”, afirmou Agda
Benedita de Castro Marcato. Segundo ela, que reforçou o que já havia sido
exposto em reuniões anteriores, o descumprimento da lei pode acarretar em
multa.
Vereadores presentes à
audiência, Dimas Tadeu Lima (PT) e Renata Mesquita Magalhães (PSD) se
manifestaram em apoio à Guarda Mirim e reforçaram críticas ao comércio e à
administração pública, mas apresentaram suas sugestões para amenizar as
dificuldades. Já o presidente da Casa, Marcelo Antonio Lollato (PMDB), disse
que a entidade pode estar sendo vítima de boicote em uma “vingança velada” e
afirmou que há uma “ditadura financeira e política velada” no município.
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