Maria Eliza Alboleia falou da tribuna sobre
pronunciamento de vereador
Marcel Rofeal, da Redação
Fotos: Marcel
Rofeal/Arquivo
A reunião ordinária da
Câmara de Ribeirão Bonito desta segunda-feira (7) pegou fogo devido à fala do
vereador e vice-presidente da Casa, Manoelito da Silva Gomes (DEM), em sessão
do último dia 15 de fevereiro. Na oportunidade, Gomes fez acusações à diretora
do Departamento Municipal de Saúde de Ribeirão Bonito, Maria Eliza Lazarini
Alboleia, que foi à tribuna do Legislativo nesta segunda, rebateu as afirmações
do parlamentar e cobrou providências da Mesa Diretora.
Funcionários da Saúde
acompanharam a diretora da pasta no Plenário “Vereador Emygdio Lucato” e
reagiram durante pronunciamento do vereador, que voltou a comentar o assunto no
Tema Livre. “Não falei nenhuma inverdade”, disse Gomes. “Estou muito tranquilo
daquilo que eu falei”, ressaltou. Para ele, o único erro que teria cometido na
ocasião foi de não ter conversado novamente com a diretora da Saúde. Gomes e
Maria Eliza iniciaram uma discussão e foram interrompidos.
Como prevê o Regimento
Interno da Câmara, Maria Eliza tomou a palavra ao término da sessão. Ela
agradeceu ao presidente da Casa pelo espaço e falou sobre sua carreira
profissional. Afirmou que o vereador mentiu em seus pronunciamentos e
apresentou parte da gravação em que o parlamentar fez as acusações, as quais
considerou “infundadas”. “Ele faltou com a verdade”, disse. Para ela, Gomes
apresentou versões diferentes na sessão do dia 15 e na sessão desta segunda.
Disse o vereador, no
dia 15 de fevereiro, que levou à diretora uma denúncia de que haveria motorista
de ambulância dormindo durante o expediente em casa e com a viatura na garagem
da residência. “Eu levei a senhora secretária lá e estava dormindo mesmo”,
disse na ocasião. “Eu mostrei motorista tal, casa tal, dormindo tal e um
paciente me ligando querendo ajuda para chegar em Américo [Brasiliense],
senhora secretária, e [ela] não fez nada”, concluiu o vereador.
Já nesta segunda, a
fala foi outra. “Quando eu falei que tinha gente dormindo dentro de casa com o
carro da Saúde, eu não sabia quem que era, eu nem estava aqui em Ribeirão
Bonito. Eu liguei para a secretária, não sabia nome, não sabia endereço,
coloquei a par da situação e ela foi até a residência e me retornou:
‘Manezinho, realmente é verdade’. Inclusive, segundo a secretária, deu uma
advertência a este funcionário... Só sei o nome porque a secretária me falou”,
disse.
“Numa sessão foi dito uma
coisa e hoje foi dito outra. Na [sessão] de hoje, hora com algumas verdades,
mas com mentiras também”, disse Maria Eliza. “Preciso de uma prova de que ele
me levou, de que dia eu montei no carro, o que foi”, rebateu. “O que aconteceu
foi realmente isso, está aqui: ele fez uma denúncia via telefone, aonde peguei
o meu carro, apontou onde era a casa do motorista, diferente do que ele disse
aqui que não sabia quem era o motorista”, afirmou Maria Eliza.
Maria Eliza relatou que
esteve no local com o carro particular, averiguou o caso e tomou providências a
respeito. “Eu tenho como provar que as providências foram tomadas porque eu
tenho documento, mas quero que vocês peçam via requerimento porque eu não vou
expor o nome do motorista aqui porque, como eu falei, tenho ética e
profissionalismo”, afirmou. “Agora, se tem motorista ainda praticando esse ato,
me aponte que ele será penalizado”, completou.
Segundo a diretora, a
Prefeitura tomou providências em reunião com motoristas, registrada em ata. “O
que não dá é para ele ficar distorcendo os fatos, tem que falar o que realmente
aconteceu e da forma que aconteceu”, disse Maria Eliza. “Existe uma diferença
muito grande entre ambulância e carros que transportam os pacientes para fazer
exames e consultas ambulatoriais para outros municípios que não sejam dentro do
município de Ribeirão Bonito”, destacou a diretora.
O vereador ainda acusou:
“No Pronto Socorro, a hora que você for, depois das dez horas [da noite] lá,
muita gente morre enquanto ‘nego’ dorme’”. “Quem morreu”, questionou Maria
Eliza. Segundo ela, nenhum paciente com enfermidade grave deixou de ser
atendido por falta de veículo ou por falta de assistência médica. “Desconheço
que alguém tenha morrido porque motorista não foi buscar, porque a enfermeira não
fez a medicação, porque o médico não atendeu”, esclareceu.
“Existem erros? Existem! Nós precisamos consertar
todos, tem um monte de erros aí, mas uma acusação dessas, para mim, senhor
presidente, é gravíssima”, disse a diretora da Saúde. Maria Eliza ainda
questionou ao presidente da Mesa Diretora da Casa “quais as providências que
serão tomadas aqui por quebra de decoro”, cobrando uma ação do parlamento em
resposta ao comportamento do vereador, e finalizou declarando que “isso não
pode ficar impune”.
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