Executivo previa reformas em unidades de ensino, mas
não apresentou relações de escolas beneficiadas e nem dos materiais em
aquisição
Marcel Rofeal, da Redação
Fotos: Arquivo/BMR
A Câmara de Ribeirão
Bonito rejeitou um projeto encaminhado pelo Executivo que previa um ajuste de
dotações de R$ 500 mil para reformas em escolas da cidade. Segundo os
vereadores, a Prefeitura não teria apresentado uma relação das unidades que seriam
beneficiadas e havia informado apenas a necessidade dos recursos para “quando
tiver necessidade”. Com todos os pareceres contrários ao texto aprovados por
unanimidade, o projeto nem chegou a ser votado.
O projeto foi
apresentado ao Legislativo no dia 21 de março e encaminhado à análise das
comissões internas da Casa. Nesse período, permaneceu em pauta devido ao
trabalho de apreciação por parte da Comissão de Saúde, Educação, Cultura, Lazer
e Turismo (CSECLT). Integrante da comissão, a vereadora Renata Mesquita
Magalhães afirmou que enviou diversos questionamentos ao Executivo e que as respostas encaminhadas à comissão foram “chulas”.
Segundo Renata, os
vereadores não poderiam aprovar o que chamou de “sem-vergonhice”, uma vez que o
projeto não indicava qual unidade seria reformada e nem os materiais que seriam
usados. “Não vou aprovar meio milhão de reais sem saber onde será usado e o que
será comprado”, afirmou. “Não tem uma relação do que se pretende adquirir em
material permanente”, prosseguiu. O vereador Luiz Marcelino dos Santos Pallone
também criticou a proposta, considerada “futurologia”.
“Ele fala que precisa
da dotação para quando tiver a necessidade dela. Em 15 anos de Legislativo, eu
nunca vi uma coisa dessas”, afirmou Pallone. “Alguém vai ao banco aqui,
empresta dinheiro, paga juro e diz ‘o dia que eu precisar...’. Eu nunca vi isso”,
completou. Pallone ainda disse que o projeto é uma aberração e orientou ao
chefe do Executivo: “o dia que o senhor precisar, o senhor pede”. “Ridículo uma
situação como essa”, finalizou. Outros vereadores comentaram.
José Sebastião Baldan
disse que ficou indignado, citou a situação de algumas das escolas públicas do
município, como o banheiro da escola de Guarapiranga, e afirmou que o projeto
teria a intenção de “chamar a gente [vereadores] de tonto”. O presidente da
Casa, Marcelo Antonio Lollato, afirmou ter ficado “estupefato” ao receber o
projeto e parabenizou a atuação da vereadora Renata por investigar as possíveis
falhas do Executivo na ausência de uma relação de investimentos.
Lollato ainda fez uma
comparação entre Ribeirão Bonito e Dourado, onde a Prefeitura anunciou que irá
reformar unidades escolares recentemente, e disse que a diferença entre os dois
municípios é que o prefeito de Dourado apresenta uma relação de investimentos e
projetos, enquanto Ribeirão Bonito sequer apresenta projeto. Com dois pareceres
contrários ao projeto aprovados por unanimidade, o texto foi automaticamente
rejeitado, como prevê o Regimento Interno da Casa.
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