segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Prefeitura de Ribeirão Bonito dispensa mais um cargo de confiança e servidores falam em ‘exoneração seletiva’

Servidores estão indignados e apontam desvio de função no Executivo 

Marcel Rofeal, da Redação 

Fotos: Marcel Rofeal/BMR
Visto como um dos melhores assessores do Executivo, o chefe Geral de Fiscalização José Marccio da Silva, responsável pelo setor de Transportes e Logística da administração, foi exonerado pelo prefeito Wilson Forte Júnior (PMDB). A medida gerou revolta entre os funcionários do pátio, que reivindicam a exoneração de outros cargos de confiança que são mantidos e acusam desvios de função. Para servidores, Silva seria um incômodo para alguns comissionados.

Convidado pelo próprio prefeito Nenê Forte para assumir a função, Marccio passou pouco mais de três anos e cinco meses na administração. Durante o exercício de seu trabalho, acabou envolvido em uma série de discussões com funcionários, mas não por ele, e sim por decisões impopulares adotadas pelo alto escalão da assessoria e que a ele era incumbida a função de comunicar aos servidores. Segundo os mesmos funcionários, Silva mantinha a educação, o respeito e o diálogo.

Ex-diretor do Departamento de Governo na administração do ex-prefeito Paulo Antonio Gobato Veiga, quando passou dois meses no Executivo, José Marccio da Silva voltou ao quadro de confiança na atual administração por indicação do próprio ex-prefeito e de auxiliares mantidos no alto escalão da Prefeitura de Ribeirão Bonito pelo atual prefeito Nenê Forte. Segundo informações dos bastidores, seria a esse escalão que Marccio teria incomodado e o que o levou à exoneração.

Marccio é o segundo nome exonerado pela Prefeitura em cerca de quatro meses, segundo a própria administração, sob a justificativa de contenção de despesas, o que é ainda mais questionado, tanto por moradores quanto pelos próprios servidores do Executivo. “Tem muitos lá dentro que não fazem nada, mas eles estão dispensando os melhorzinhos”, afirmou um dos funcionários. O desvio de função ainda é outra indignação do funcionalismo, que se queixa de prejuízos.

De acordo com funcionários ouvidos pela reportagem, mas que preferem manter o anonimato por medo de represálias, assessores lotados em cargos de comissão da Prefeitura estariam exercendo funções de motoristas de transporte escolar e até mesmo do Departamento de Saúde, realizando viagens com pacientes a outros municípios ou ainda conduzindo a ambulância dentro da própria cidade. Segundo servidores, as medidas são tomadas para evitar o pagamento de horas extras.

Às vésperas das eleições, funcionários também estão preocupados com o resultado do pleito. Para eles, a probabilidade de manutenção do alto escalão nos cargos de confiança da administração, o que já perdura por cerca de uma década, é considerado “desanimador”. “Não é o prefeito quem exonera ou administra, o Nenê não é prefeito, mas dois ou três que estão lá dentro há 10 anos”, desabafou um funcionário público. “A Prefeitura perdeu o dinamismo de anos atrás”, concluiu.

Um comentário:

  1. Triste realidade de nossa "Pátria Amada". Atividades irregulares sendo realizadas nos municípios do Brasil e, em escala menor, mas não menos importante, alcançando a histórica cidade de Ribeirão Bonito, SP. O cartel dos poderosos ainda existe lembrando o coronelismo de outrora, onde quem comanda são os "colarinhos brancos" que apresentam simbolicamente ao povo um representante público formal (oxalá que não seja o caso do governo do Exmo. Prefeito de R. Bonito). Se a indignação dos funcionários/munícipes for fundamentada, será mostrado empiricamente que não há sombra que não seja iluminada pelo sol da verdade, pois não há mentira que prevaleça Ad Eternum.

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