Chiquinho Campaner e dirigente sindical participaram
de embate ao vivo em rádio; Sindicato acionou o Ministério Público do Trabalho
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
Uma polêmica envolvendo
o prefeito de Ribeirão Bonito, Francisco José Campaner (PSDB), ganhou a atenção
dos moradores nesta terça-feira (24). Chiquinho se envolveu em um bate-boca com
dirigentes do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região
(Sismar) na noite de segunda-feira (23) e foi acusado de intimidar e ameaçar
funcionários presentes à assembleia sindical. O prefeito, que nega as
acusações, diz que o Sismar quer incendiar o funcionalismo.
A denúncia foi
publicada por um dos diretores do sindicato em uma rede social. Marcelo Roldan
relata que quatro diretores da entidade aguardavam o início da reunião junto a
cerca de 20 servidores quando teriam sido surpreendidos pelo prefeito. “Um
senhor grisalho chegou apontando o dedo na cara dos servidores e, aos gritos,
começou a dizer que quem fosse atrás do sindicato iria se prejudicar e ficou
gritando com todos os presentes aleatoriamente e insistindo nas ameaças”,
disse.
Segundo ele, que afirma
ter gravado a situação com o celular, o prefeito teria tentado tirar o aparelho
de suas mãos antes de se retirar. “Me apresentei como diretor do sindicato, ele
então disse que não nos devia satisfação, virou as costas e saiu esbravejando e
gesticulando”, afirmou. Roldan ainda disse que havia recebido mais de 20
queixas de assédio, ameaças e humilhações, e que o caso será levado ao
conhecimento do Ministério Público e do Ministério Público do Trabalho.
Procurado, o prefeito
de Ribeirão Bonito nega acusações de intimidação e ameaça. Chiquinho confirma
que passou pelo local e, devido à grande concentração de funcionários públicos,
parou para questionar o que acontecia. Informado sobre a assembleia sindical, o
prefeito afirma que orientou os servidores a tomarem cuidado, pois, segundo
ele, a categoria não havia sido beneficiada em nada pelo sindicato. Ele ainda
afirma que o Sismar quer apenas incendiar a categoria.
De acordo com Campaner,
quatro diretores da entidade teriam tentado o intimidar, um deles gravando a
situação com um celular, e afirma ter sido chamado de coronel. O prefeito teria
rebatido as acusações e chamado os dirigentes sindicais de comunistas e
vagabundos. Ainda de acordo com o prefeito, não há condições de atender às
reivindicações da categoria por reajuste salarial, como protocolado na tarde
desta terça na Prefeitura, devido à situação econômica do Município.
Chiquinho ainda
salientou que, desde a posse, tem adotado medidas de contenção das despesas
para reequilibrar as contas públicas e disse que não há condições de discutir
reajuste salarial aos servidores públicos diante das dificuldades financeiras
da administração, que já enfrenta problemas para cobrir a folha de pagamentos.
Na manhã de quarta-feira (25), o prefeito e um dos dirigentes do sindicato que
se envolveu no episódio voltaram a falar sobre o caso em uma entrevista.
Questionado acerca da
veracidade das declarações de dirigentes do sindicato, o chefe do Executivo de
Ribeirão Bonito reafirmou ter parado no local sem saber do que se tratava e
disse que alertou servidores quanto à atuação do Sismar. O prefeito destacou as
dificuldades financeiras do Município, com atrasos na folha de pagamento e
arrecadação em baixa, e disse que os sindicalistas estariam tumultuando sua
administração. O representante do sindicato negou a afirmação.
Segundo Marcelo Roldan,
que apresentou sua versão dos fatos, a entidade chegou a Ribeirão Bonito em
meados de 2012, acionada pelo funcionalismo público para defender os direitos
da categoria em meio à polêmica proposta de reforma administrativa aprovada
pelo Legislativo no fim daquele ano. Ele ainda afirma que, desde então, sempre
houve diálogo com a administração, durante os mandatos de Paulo Antonio Gobato
Veiga (PTB) e de Wilson Forte Júnior (PMDB).
Roldan ressaltou que o
Sismar denunciaria o prefeito Chiquinho junto ao MPT, o que ocorreu na última
quinta-feira (26), e que o acionaria também na justiça comum. Já o prefeito, em
tom irônico, disse ter ficado emocionado com o relato e que “quase chegou às
lágrimas”. Campaner recusou qualquer tipo de diálogo com o sindicato e disse
que irá conversar diretamente com o funcionalismo público, mas que sua prioridade
é deixar em ordem a situação financeira do Município.
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