Vice-prefeito de Ribeirão Bonito fez pronunciamento
aos vereadores do Democratas, mas extensivo aos demais membros do Legislativo
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
O vice-prefeito e
presidente do Diretório Municipal do Democratas de Ribeirão Bonito, Luiz
Arnaldo de Oliveira Lucato, foi à tribuna da Câmara na noite da última
terça-feira (2) para um pronunciamento aos quatro parlamentares do DEM e
extensivo aos demais vereadores de partidos que formaram o bloco de apoio a
atual administração. Em nome do partido, Nanado reafirmou que não tem sido
ouvido pelo Executivo e propôs reflexão e união entre os parlamentares.
Logo no início, Lucato
reconheceu que o assunto é delicado, mas de grande importância, e afirmou que os
vereadores devem participar do cotidiano da administração pública. Dirigindo-se
especialmente aos oito parlamentares dos partidos que comporiam a base de apoio
ao prefeito Francisco José Campaner (PSDB) na Câmara, principalmente do DEM –
que possui quatro cadeiras na Casa –, reconheceu que não há um canal de diálogo
entre o grupo político e o chefe do Executivo.
“Nós não temos sido
ouvidos pelo Executivo Municipal, os vereadores não estão sendo ouvidos, todo grupo
de apoio ao atual prefeito não está sendo ouvido, de forma que hoje há uma
distância gigantesca entre o que havia sido proposto durante a campanha
eleitoral e as decisões do Executivo”, declarou. “Eu também estou sendo cobrado
diariamente pela população”, afirmou. “Então eu pergunto o que fazer para
diminuir essa distância”, questionou Nanado aos parlamentares.
Esclareceu que sua
intenção não é formar um grupo de opinião ou influenciar os vereadores a
votarem a favor ou contra os interesses do Executivo. “Esse não é o meu
objetivo. Estou aqui para propor uma reflexão que nos conduza a tomar decisões
corretas e em conjunto”, explicou. Ele ainda lembrou que o bloco elegeu chapa
majoritária e oito dos nove vereadores. “Será que nós estamos dando as
respostas adequadas aos cidadãos de Ribeirão Bonito”, indagou.
Nanado reconheceu que o
grupo está longe do prefeito e das necessidades do município, mas propôs nova
reflexão. “Será que como grupo ou partido nós estamos realizando aquilo que foi
anunciado ano passado na campanha? A resposta é não, todos nós sabemos”,
declarou. Para resolver essa questão, ele sugeriu uma união entre os vereadores
do DEM, entre os parlamentares do bloco de partidos da base de apoio ou até
mesmo entre todos os representantes do Legislativo.
Para ele, “as
reivindicações ao Executivo precisam chegar até ele como uma decisão dos
Democratas, ou dos partidos que formaram o grupo de apoio, ou ainda como uma
reivindicação de toda a Casa”. “É preciso deixar claro ao Executivo que nenhum
vereador está agindo individualmente”, salientou. “Nós só estamos aqui por uma
decisão da população que soltou a voz nas últimas eleições para dizer a cada um
de nós que a cidade precisa de mudanças”, destacou o vice-prefeito.
Segundo ele, “só a
Câmara pode ser protagonista” das mudanças. “O Executivo pode tapar os ouvidos
para qualquer um e pode fechar os ouvidos quando um vereador critica
individualmente, mas ele não pode se fechar para a Câmara enquanto instituição
democrática”, destacou. “Só os senhores saberão fazer a união necessária para
propor e reivindicar bem os interesses do Município, e só os senhores verdadeiramente
representam essa cidade”, considerou.
Reconhecendo a
gravidade do momento, Lucato também desabafou. “Eu nunca pensei que com menos
de quatro meses de administração eu fosse dar uma entrevista para o Sérgio
Ronco com o teor da que eu dei. Nunca pensei que em maio eu me sentisse na
obrigação para responder ao que eu ouço na rua todo dia. Nunca pensei que
estivesse aqui fazendo esse pronunciamento. É um momento de reflexão, a
situação é muito delicada e muito complicada”, concluiu Nanado.
Com até 20 minutos para
se utilizar da tribuna, Nanado Lucato concluiu seu pronunciamento em cerca de
10 minutos e se colocou à disposição dos parlamentares para prestar qualquer
esclarecimento e da população. “Os cidadãos cobram de nós atitudes que permitam
voltar a confiar na classe política. A união que foi determinante para o
resultado da eleição precisa ser determinante para a administração. Não
deixemos passar essa oportunidade”, finalizou o vice-prefeito.
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