Em ofício ao Ministério Público, advogado pede instauração de Ação Penal Pública em função de contratações para limpeza pública
Prefeito de Ribeirão Bonito é réu em Ação Civil Pública e descumpriu determinação judicial em abril (Arquivo/BMR) |
O procurador do Município de Ribeirão Bonito Marcello Armando Hernandez Oprini denunciou o prefeito Francisco José Campaner (PSDB) ao Ministério Público do Estado de São Paulo por crime de responsabilidade. Em ofício encaminhado à Promotoria de Justiça da Comarca de Ribeirão Bonito nesta segunda-feira (16), o advogado pede a instauração de uma Ação Penal Pública contra o chefe do Executivo em razão de irregularidades praticadas na contratação de equipes de limpeza pública sem licitação no início no ano, caso em que Chiquinho já é réu em Ação Civil Pública na Justiça.
Segundo o Ministério Público, Campaner cometeu crime de Improbidade Administrativa logo no dia 2 de janeiro, primeiro dia efetivo de mandato, ao contratar cerca de 20 pessoas autônomas para promover coleta de lixo urbano e limpeza pública. O MP instaurou Inquérito Civil em 22 de fevereiro alegando que os contratos deveriam seguir requisitos legais, como realização de concurso público ou de processo seletivo, ou ainda a contratação de uma empresa em caráter de emergência. No dia 30 de março, a Justiça determinou a contratação de uma empresa para a realização dos serviços.
Na sentença, o juiz Victor Trevizan Cove afirma que, ainda que os contratos tenham sido em caráter emergencial, a Prefeitura já deveria ter iniciado o procedimento administrativo para contratações de pessoal ou de empresa para a limpeza pública. Para ele, os fatos evidenciam o chamado "periculum in mora", ou risco de decisão tardia, e que a situação também gera risco de dano irreparável. A Justiça ainda notificou a Prefeitura para não renovar os contratos sob pena de multa diária, mas o prefeito ignorou a decisão e acabou por renovar cerca de 20 contratos no dia 10 de abril.
Também o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Câmara de Ribeirão Bonito investigam o caso. No Legislativo, uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) foi aberta no dia 17 de abril para apurar as irregularidades. O processo de investigação foi concluído em agosto e o relatório, orientando pelo prosseguimento da ação, culminou na abertura de uma Comissão Processante (CP) em 21 de agosto. Nessa fase, o chefe do Executivo deve apresentar seus últimos argumentos e os vereadores decidirão se Francisco José Campaner cometeu crime e deve perder o mandato ou permanecer no cargo.
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