Há exatamente um ano, então prefeito eleito de Ribeirão Bonito passou três dias na UTI após ataque cardíaco
Em primeiro discurso após a vitória, Chiquinho agradeceu Dagmar e ofereceu resultado da eleição a ela (2.out.2016/BMR) |
Naquela manhã, Campaner já havia acordado com dores no peito, conforme o próprio relatou à época, mas manteve seus compromissos, seguiu para sua empresa em Boa Esperança do Sul e voltou para Ribeirão Bonito no início da tarde para encontros políticos. As dores se intensificaram, mas ele não comunicou a ninguém; acreditava que seriam gases. Concluiu uma reunião com médicos, saiu, mas voltou à casa de Dagmar e desabou. Queixando-se da falta de ar, apresentando sudorese intensa e roxidão nos lábios, Chiquinho estava inquieto, deitou-se no sofá e logo depois se jogou no chão.
Também enfermeira, Dagmar suspeitou de um ataque cardíaco em evolução, imediatamente sacou a carteira e pegou um comprimido de Isordil, vasodilatador de uso oral sublingual usado no tratamento de problemas cardíacos, e o deu para Chiquinho, levado rapidamente para o carro e encaminhado ao Pronto Socorro Municipal, onde precisou ser reanimado por cerca de uma hora e meia, até sua transferência para a Santa Casa de São Carlos, onde foi submetido a uma angioplastia, para reparar vasos sanguíneos danificados, e mantido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ao longo de três dias.
Para os médicos que atenderam Chiquinho Campaner naquela oportunidade, o Isordil de Dagmar foi crucial para salvar a vida do prefeito eleito. Carlos Antonio Mello Buzzá, o doutor Caio, foi o primeiro a atender Chiquinho no PS de Ribeirão Bonito e disse que, sem o medicamento, seria muito provável que Campaner não tivesse tido chance e talvez já teria chegado sem vida à unidade. João Oscar Comar, médico que recebeu o prefeito eleito na chegada a São Carlos, chegou a brincar, disse que Dagmar salvou a vida de Chiquinho e questionou "quem anda com Isordil na carteira".
Tensão marcou um recente encontro entre Chiquinho e Dagmar, mas prefeito fugiu ao ser confrontado (20.out.2017/BMR) |
Aclamado como a esperança de mudança, Chiquinho foi eleito com ampla vantagem sobre os seus adversários. Com uma equipe unida e empenhada em promover uma verdadeira revolução na forma de administrar o Município, tudo levava a crer que seu mandato traria um impacto positivo logo em seu início, mas principalmente que, ao final de quatro anos, deixaria Ribeirão Bonito com uma cara nova, sinais de avanços e progresso em todos os setores. Essa expectativa mobilizou a população em solidariedade a Campaner no episódio do infarto e foram centenas de manifestações populares.
Mas e se não fosse o Isordil da Dagmar? E se Chiquinho Campaner não tivesse sobrevivido ao infarto e o futuro de Ribeirão Bonito ficasse incerto? Certamente se reproduziria em Ribeirão Bonito uma situação parecida ao que ocorreu em todo o Brasil com a morte de Tancredo Neves em 1985. Poderia ter se tornado um ícone, um ídolo, ou até mesmo um mártir. Mas uma coisa é certa: se Chiquinho não tivesse chegado a tomar posse, Ribeirão Bonito não estaria vivendo um momento tão triste, caótico e desastroso, política e socialmente, em função de mazelas e desmandos da atuação do prefeito ingrato.
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