segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Ano Novo, problema antigo: onde está a água?

Rompimento de adutoras, manutenção na rede e até a estiagem: desculpas se multiplicam e os efeitos só se agravam

Marcel Rofeal

Moradores continuam a sofrer com desabastecimento
e má qualidade da água (Marcel Rofeal/26.dez.2017)
RIBEIRÃO BONITO/SP - Até o ano de 2019 já chegou, mas a água ainda não às torneiras dos moradores de bairros como os Jardim Heliana e Jardim Morumbi, extremos norte e sul da cidade. O prefeito de Ribeirão Bonito, Francisco José Campaner (PSDB), comemorou dois anos de mandato sem cumprir, entre todas as demais, a principal promessa de campanha: sanar o desabastecimento de água no Município, especialmente na região conhecida por Malvinas.

Tão logo eleito, Campaner anunciou que a prioridade número um de sua administração seria resolver o problema. Já empossado, Chiquinho chegou a anunciar a contratação de técnicos da Universidade de São Paulo (USP) para a realização de estudos que viriam a apontar as possibilidades mais viáveis de se solucionar o problema. De acordo com o Portal da Transparência, a Prefeitura chegou a investir R$ 14 mil na contratação, segundo informou o Blog do Ronco, em agosto de 2017.

Cerca de um ano e meio após o que seria o início dos estudos, os técnicos já estariam se formando e o problema não foi resolvido, pelo contrário, se agravou. O desabastecimento constante não impediu que Chiquinho Campaner elevasse em mais de 170% a tarifa da água sob o argumento de repassar a quantia majorada para investimentos em obras de melhorias na captação e no tratamento da água. No entanto, a má qualidade do produto que chega aos moradores é indiscutível e inegável.

Nos últimos suspiros de 2018, o prefeito chegou a decretar Situação de Emergência no Município, alegando "risco iminente de desabastecimento de água potável" que poderia atingir cerca de 50% da população. De forma clara, Chiquinho quis se aproveitar de um problema antigo e bem conhecido para gastar dinheiro público à vontade, como bem entendesse e contratando quem quisesse. Ele não contava com a astúcia do Procurador Marcello Armando Hernandez Oprini que acionou o Ministério Público e, logo depois, a Justiça suspendeu o ato do Executivo.

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