Cerca de 100 moradores protestaram em Sessão da Câmara e grupo teve reunião acalorada com o chefe do Executivo
Por Marcel Rofeal - Com informações do Blog do Ronco
Plenário da Câmara ficou lotado durante Sessão (Blog do Ronco) |
RIBEIRÃO BONITO/SP - Cerca de cem moradores, entre eles pais de alunos da rede pública de ensino, protagonizaram uma manifestação pacífica na noite da última segunda-feira (4) durante a primeira Sessão Ordinária do Legislativo em 2019. O ato pacífico foi em repúdio à decisão do prefeito Francisco José Campaner (PSDB) de suspender o transporte escolar a estudantes que vivem na zona urbana do Município e teve como objetivo exigir um posicionamento dos vereadores, que aprovaram o protesto.
O ato começou ainda antes da abertura dos trabalhos, por volta das 19 horas, na Praça Sylvio Gomes de Camargo, onde houve discursos apenas de populares - em uma tentativa de discursar ao público, o vereador Regivaldo Rodrigues da Silva (PSDB), aliado do prefeito Chiquinho, foi impedido. Já com a Sessão em curso, o novo presidente da Casa, João Victor Machado Borges (PSB), também aliado do prefeito, suspendeu a reunião e abriu a palavra para a manifestação dos populares, que lotaram o Plenário Vereador Emygdio Lucato. Na tribuna da Câmara, vereadores declararam apoio ao protesto.
Manifesto começou ainda em frente à Câmara |
Reginho, agora sim autorizado a falar, tentou sair das sombras de Chiquinho e disse que sempre foi sensível aos anseios da população - mesmo tendo votado contra a população quando a mesma exigia a cassação do prefeito em 2017 e 2018, além de defender a administração veementemente. Outro que manteve sua incoerência foi Manoelito da Silva Gomes (PTB), único eleito por partido de oposição a Campaner, mas que se uniu ao Executivo durante o mandato, declarou que age de acordo com sua consciência - ele também traiu parte da população nas duas votações pela cassação do prefeito.
Já o Líder do Governo na Câmara, Nelson de Souza (PSB), não surpreendeu ao proferir duras críticas ao chefe do Executivo, como ao dizer que Chiquinho "tem que tomar vergonha na cara". Um dos principais aliados do prefeito na Casa, Nelsinho chegou a fazer discursos bastante elogiosos em defesa de Campaner nas duas sessões em que o mandato do prefeito esteve em julgamento. Exaltando a honestidade do prefeito, nas ocasiões citadas, disse que votaria pela cassação se fosse comprovado que Chiquinho fosse um ladrão, mas declarou que Campaner "burlou a lei".
Vereadores aliados ao prefeito (Blog Marcel Rofeal) |
Leandro Donizete Mascaro (DEM) foi o último a se pronunciar e reafirmou apoio à população. Disse que encaminharia uma petição ao Ministério Público sobre a obrigatoriedade de o Município atender a esses estudantes, afirmou que o custo para os cofres públicos é de cerca de R$ 5 mil mensais apenas. Ao término da Sessão, vereadores e moradores decidiram formar uma comissão para ir ao encontro do prefeito e, em reunião, discutirem alternativas para que se retome a oferta do serviço aos estudantes. O encontro se deu nesta quinta-feira (7) e foi marcado pelo clima acalorado.
Além do grupo de moradores, sete dos nove vereadores - Eraldo Chiavoloni e Manoelito Gomes não compareceram - participaram da reunião com o chefe do Executivo em seu Gabinete, no Paço Municipal. O encontro foi tenso, teve bate boca e socos na mesa. Entre tentativas de ludibriar a todos os presentes, Chiquinho Campaner conseguiu ganhar tempo alegando que se trata de uma questão em que ele não pode interferir imediatamente. Ele chegou a afirmar que, por ordem do Judiciário, os veículos escolares estariam proibidos de trafegar, exceto na zona rural.
Vereadores aliados o povo (Blog Marcel Rofeal) |
O que Chiquinho esconde? A real intenção do prefeito de Ribeirão Bonito ao criar mais uma polêmica é justificar outra decisão descabida e muito suspeita. Não é de agora que Campaner pensa em terceirizar o transporte público, seja o escolar como até mesmo o coletivo urbano circular. A manobra que o chefe do Executivo desempenha é evidente, ao suspender serviços alegando que não pode conceder horas extras aos funcionários públicos, especialmente aos motoristas, com o intuito de repetir licitações e contratações "aos atropelos", prejudicando o erário público como já comprovado.
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