domingo, 10 de março de 2019

Advogada registra queixa contra vereador após ofensas no Plenário da Câmara

Dagmar Blota representou contra José Eraldo Chiavoloni (DEM) logo após sessão da última quarta-feira (6)

Dagmar Blota deixando a Delegacia (Divulgação)
RIBEIRÃO BONITO/SP - Na semana em que se celebrou o Dia Internacional da Mulher, o vereador José Eraldo Chiavoloni (DEM) deu um exemplo de como não se deve tratar uma mulher. Após uma sessão ordinária na Câmara Municipal, na noite da última quarta-feira (6), Eraldo quebrou o decoro do cargo e atacou verbalmente a advogada Maria Dagmar Blota da Fonseca, de 69 anos, com palavras de baixo calão e a acusou de dar dinheiro para que moradores participem das reuniões do Legislativo.

O vereador ocupava a tribuna da Câmara e passou a falar de sua vida particular, dizendo que sempre prestou assistência aos moradores de Ribeirão Bonito, mesmo morando em São Paulo. Nesse momento, foi interrompido pela primeira vez por um morador que disse ter sido cobrado por Eraldo em período eleitoral. Chiavoloni voltou a falar e passou a fazer provocações aos populares, o que deu origem a manifestações - segundo o Regimento da Casa, essas práticas não são permitidas -.

Porém, não contente, Eraldo passou a fazer questionamentos ao jornalista Pedro Sérgio Ronco, um dos autores de denúncia contra o prefeito Francisco José Campaner (PSDB), esta que resultou na abertura de uma Comissão Processante contra o chefe do Executivo. Ronco interpelou o parlamentar, exigindo direito de resposta, e outros eleitores presentes se levantaram. Um empresário se exaltou e começou a discutir com vereadores, cobrando ação do parlamento acerca dos problemas da cidade.

A sessão já estava suspensa quando o tumulto se agravou e o presidente da Casa, João Victor Machado Borges (PSB), decidiu encerrar os trabalhos. Foi nesse momento que Dagmar se dirigiu ao vereador Eraldo e o parabenizou por ter, segundo ela, "conseguido interromper uma sessão". Outros moradores se aproximaram e o parlamentar passou a acusar Dagmar de distribuir dinheiro para que as pessoas, que segundo ele são compradas, fossem à Câmara assistir às sessões e cobrar os vereadores.

Eraldo (de azul, à direita) durante discussão com
moradores (Foto: Reprodução/Vídeo de Facebook)
Chiavoloni ainda perdeu a compostura e passou a proferir ofensas pessoais contra a advogada, que foi chamada de "bruxa", "puta" e "vagabunda", retirando-se do Plenário em seguida. Dagmar chegou a ir atrás do parlamentar, que se escondeu, e decidiu chamar a Polícia Militar e prestar queixa contra o vereador. Na companhia de testemunhas, a advogada foi ao Batalhão da 2ª Companhia da PM, no Jardim Centenário, e registrou ocorrência. Segundo ela, isso não vai acabar por aí.

Na última quinta-feira (7), Dagmar foi à Delegacia da Polícia Civil, registrou ocorrência por assédio moral contra o vereador e afirmou que ingressará com um processo na Justiça e também no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar. "O problema desse homem é que eu denunciei ao INSS que ele recebia pensão por invalidez. Denunciei e assinei", afirmou a advogada. "A novidade é que dessa vez ele encontrou uma mulher que não tem vocação para capacho", concluiu Dagmar.

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