Momento Marcel Rofeal: Educação

No Brasil, esta é mais um setor à beira da falência

Marcel Rofeal, da Redação

É uma vergonha a situação em que vivemos no país, mais um sistema à beira da falência, ou senão, já falido. A educação no contexto geral é aquilo que move toda a estrutura de um cidadão, muito ao contrário do que se aprende indo às unidades de ensino do país.

A diferença entre os Ensinos Fundamental e Médio com o Ensino Superior é uma coisa que não tem cabimento. Porque todo o sistema educacional não pode ser igualado, uma vez que no Ensino Superior (Faculdades e Universidades) é oferecido o chamado Ensino à Distância?

Cito o meu próprio exemplo como referência na educação. Indo para a escola, coisa que já não faço há um certo tempo, cheguei a passar mal devido as péssimas condições do interior da unidade em que me encontrava. O corpo docente é prova da realidade da educação, ou melhor, falta de educação que se encontra o corpo discente, os alunos.

Sou adepto do chamado "Exercícios Domiciliares", em que apresentei laudo médico à Diretoria Regional de Ensino que me enquadrou nesse sistema, assim recebo trabalhos para nota em minha própria casa. Mas o motivo pelo qual eu entrei nesse sistema é desconhecido por muita gente, e muitos ainda me criticam por estar adepto a ele.

De acordo com um laudo apresentado pela minha terapeuta, eu apresento um quadro de Transtorno Fóbico Ansioso, o que é isso? Esse transtorno é referente a uma fobia gerada pela ansiedade que causa, entre outras coisas, um transtorno muito doloroso a quem passa por isso, assim como fobias de ambientes fechados e com aglomerações, que é justamente o que tenho.

Mas se tem esse transtorno porque frequenta bailes e tudo mais? Isso vem fazendo parte de meu processo de reabilitação em sociedade, outra grande dificuldade minha. Como um jornalista pretende seguir carreira se não consegue viver em sociedade?

Também há a questão: Como um jornalista pretende seguir carreira sem estudo? Pois bem, esse é um fato que vejo como injustiça em nosso país. A capacidade da pessoa deveria valer muito mais do que a frequência na unidade escolar, uma vez que as escolas servem muito mais como ponto de aprendizagem ao crime do que outra coisa.

Vou dar um rápido exemplo a vocês do que acontecia na Escola Estadual Dr. Pirajá da Silva, em Ribeirão Bonito, pouco antes desse transtorno me prejudicar por completo. Durante o intervalo, também conhecido entre os mais novos por recreio, alguns marginais que ali estudam jogavam bexigas d'água nos outros alunos, soltavam bombas dentro dos banheiros e faziam, com o perdão da palavra, a maior zona lá dentro.

Mas Marcel, isso é normal em todas as escolas! Eu não vejo assim. Sou totalmente contrário a esse tipo de ato de vandalismo em uma unidade de "formação" para uma nova geração. Outra coisa, dentro da sala de aula é lugar de silêncio e muita atenção, não de jogar as famosas bolinhas de papel, os aviõezinhos, jogar giz nos colegas, borrachas, ofender professores, urinar em cesto de lixos, enfim, sala de aula é lugar de respeito para com professores e colegas, é lugar de sentar nas cadeiras e não em cima das mesas.

Essas cenas que vemos na realidade de nossa sociedade é o que agravou a minha situação. No último domingo mesmo (25) estive comentando com algumas professoras que meu convívio social melhorou bastante, mas é só chegar nas imediações da escola me bate um sentimento de angústia e desespero, e isso não é proposital! Não gosto nem um pouco de sofrer, muito pelo contrário, não sou masoquista, não sinto prazer com o sofrimento.

O que me deixa até revoltado foi um fato que ocorreu comigo há algum tempo e vem ocorrendo no que diz respeito à escola. Não se pode obrigar uma pessoa a prejudicar a própria saúde pelo simples fato de que a mesma deva ir a um local onde não se sente bem para garantir um futuro. Como essa pessoa pode garantir um futuro se corre o risco de morte, na pior das hipóteses, frequentando um local em que não se sente bem, onde convive com marginais, onde chega a passar muito mal e quase ter um ataque?

As pessoas devem ver tudo de dois ângulos e raciocinar sempre: se está acontecendo deve ter algum motivo? O que vale muito mais na pessoa é o seu caráter, sua educação adquirida no berço através dos pais. Muita coisa do que se aprende na escola nunca será usado, esse é outro ponto em que a educação deve ser mudada.

Porque as escolas não ensinam a verdadeira educação, como moral, ética, convívio em sociedade, exercício de cidadania... São raros os professores que insistem nisso dentro das salas de aula, e isso eu posso citar um exemplo que é o do professor Beto Piccolo, não só de Arte como é um verdadeiro formador de cidadãos.

Ele, representando outros, não ensinam somente a sua formação, no caso dele Artes, mas sim como os alunos irão conviver no mundo 'lá fora', como eles devem se comportar, quais são seus direitos e deveres e, o principal, as obrigações dos alunos. Ah se todos fosse assim, ah se as escolas ensinassem somente isso, os deveres e obrigações dos alunos. Como seria tudo tão bom se houvesse o mínimo de respeito entre um aluno para com o professor, e vice-versa, ou entre os alunos...

Não tenho pretensões de, tão cedo, retornar ao verdadeiro 'lixo' que é o sistema educacional brasileiro, onde gestores de escolas estão jogando apostilas 'educacionais' em caçambas de lixo, apostilas essas que afirmam que o Pau-Brasil era uma árvore abrangente em todo o território nacional. Isso é uma vergonha, apostilas que ensinam absurdos como, por exemplo, a existência de dois países chamados Uruguai na América do Sul.

Mais uma vez a cultura nacional precisa mudar completamente. Até mesmo pessoas 'doentes' que agendaram consultas em postos de saúde de Ribeirão Bonito simplesmente faltaram. Foram 59% de faltosos somente na unidade Anita Bove no bairro das Malvinas, segundo apresentou o Dr. Marcos Fujihara em Audiência Pública na última quinta-feira (29).

Estamos chegando ao fim de mais um ano letivo, pois já inicia-se o mês de novembro. Será que teremos algumas mudanças nas atividades letivas do ano que vem? Torçamos para que o mínimo de melhora seja feita para o bem de nós todos.