Deputado da 'meia' é acusado de participar de esquema de propina.
Cabe recurso da decisão da 2ª Vara de Fazenda Pública do DF.
Rafael Targino, do G1 em Brasília - Atualizado às 22h06
O juiz Álvaro Luis Ciarlini, da 2ª Vara da Fazenda Pública do
Distrito Federal, determinou nesta segunda-feira (18) o
afastamento de Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM) da
presidência da Câmara Legislativa. Ele ficou famoso por ser
flagrado, em vídeo, colocando nas meias dinheiro de um suposto
esquema de propina, conhecido como mensalão do DEM de Brasília.
A
decisão é liminar (provisória) e ainda cabe recurso.
Segundo o juiz Alvaro Luis Ciarlini, “é inegável […] a existência
de indícios da prática de atos ímprobos por parte do demandado,
valendo lembrar que tais fatos foram fartamente divulgados pela
mídia escrita, falada e televisionada, sendo hoje notórios e de
domínio público.” Ciarlini classificou o escândalo de corrupção
no DF de "banditismo institucionalizado" e disse temer
pelo retorno de um processo político semelhante à ditadura militar.
"Os indícios de um sistêmico e crônico banditismo
institucionalizado, no Distrito Federal e alhures, não tardarão
a acionar os alarmes sociais e políticos que certamente
propugnarão pelo "endurecimento" dos meios de controle
que possam garantir a sobrevivência de nossa estrutura
republicana de Estado, algo parecido com o processo político de
exceção iniciado em 1964. Oxalá isso nunca volte a
acontecer!", diz o juiz em sua decisão.
O pedido de afastamento de Prudente foi feito pelo advogado
Evilázio Santos, que também já pediu a saída do governador José
Roberto Arruda (sem partido). O autor da Ação Popular pede que
seja declarada a inviabilidade do memorando protocolado por
Leonardo Prudente, no
qual o deputado comunica à Mesa Diretora da Câmara
Legislativa seu retorno à presidência da casa a partir do
último dia 29 de dezembro.
Evilázio Santos afirma, no pedido liminar, que há contra o réu
indícios suficientes de envolvimento no esquema de desvio de
dinheiro público que veio à tona com a Operação Caixa de
Pandora, deflagrada pela Polícia Federal.
De acordo com a decisão, fica suspenso o memorando assinado pelo
próprio Prudente no qual comunicava a sua volta ao cargo. O juiz
determina ainda que ele fique afastado até a "total
apuração", pela Câmara Legislativa, das denúncias
apresentadas contra os deputados distritais envolvidos na
Operação Caixa de Pandora.
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