Relembre a trajetória de Zilda Arns
Terremoto no Haiti: cobertura completa
Fotos: Glauco Araújo/G1
Zilda Arns havia sido indicada ao prêmio em 2001. "Se o
presidente não encampar essa campanha, o Paraná todo vai
encampar", disse o governador paranense.O encontro entre os dois deve ocorrer por volta das 19h desta sexta-feira, quando o presidente Lula chega de São Luís a Curitiba, após cumprir agenda de governo. A informação foi confirmada por Gilberto Carvalho, chefe do gabinete presidencial.
O corpo de Zilda está sendo velado no Palácio das Araucárias, sede provisória do governo do estado, com caixão fechado. O enterro está previsto para as 14h do sábado (6), no cemitério da Água Verde, após a realização de uma missa celebrada por dom Geraldo Majella Agnelo, bispo-primaz do Brasil e co-fundador da Pastoral da Criança. A cerimônia será transmitida por telão para o público que estiver do lado de fora do palácio.
Segundo o senador Flávio Arns (PSDB-PR), ela será sepultada ao lado do túmulo do marido Dionísio Neumann. Centenas de fiéi, amigos e simpatizantes de Zilda Arns se despediram dela nesta sexta-feira.
Ele acompanhou o traslado do corpo da médica sanitarista do Haiti
para o Brasil na madrugada desta sexta-feira. "O Haiti está
completamente destruído, por isso o corpo de dona Zilda veio da
maneira que veio, mas foi a melhor maneira encontrada diante da
situação do país. Não há condições mínimas. É inacreditável. Há
mortos espalhados pelas ruas. A destruição foi completa. Falta
comida, água, médicos e suprimentos básicos. As crianças choram
nas ruas, pedindo ajuda", disse ele.
"Não consegui chegar perto da igreja onde ela estava. Está tudo muito destruído. Para se ter uma ideia, ainda há 16 corpos no local onde estava dona Zilda. O tremor foi muito forte no lugar. Foi uma infelicidade, pois ela deu um passo para um lado e foi atingida pelo telhado e caiu do terceiro piso. O padre que estava com ela, deu um passo para o outro lado e sobreviveu", disse Flávio Arns.
Ele disse ainda que uma escola que funcionava ao lado da igreja ficou completamente destruída. "O prédio inteiro ruiu com o tremor. Havia muitas crianças lá dentro e parece que os corpos ainda não foram encontrados", afirmou Flávio.
"Precisamos adotar o Haiti. O Brasil tem uma mártir naquele país e uma referência para aquele povo", disse Gilberto Carvalho.
Dom Aldo Di Cilo Pagotto, arcebispo da Paraíba e presidente do conselho da Pastoral da Criança, disse que o carisma de Zilda Arns vai ficar marcado na memória do povo de 20 países por onde a médica sanitarista atuou. "Ela deixa um trabalho de 300 mil líderes. Tudo vai continuar. Ela uniu o caráter evangelizador com a prevenção da dignidade humana."
Vera Lúcia Altoé, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, disse que que Zilda Arns tinha uma agenda programada para visitar um país por mês até o fim de 2010. "A casa construída sobre uma rocha nunca será destruída.Vamos continuar o trabalho da pastoral, cuidando das crianças e dos idosos como eles merecem."
Fonte: G1
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