Internacional: Metano já escapa do Ártico - Blog Marcel Rofeal

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terça-feira, 9 de março de 2010

Internacional: Metano já escapa do Ártico

PESQUISADORES AINDA NÃO CONSEGUEM PREVER AS INFLUÊNCIAS NO AQUECIMENTO

Uma pesquisa publicada pela Science revela: a camada de gelo, que armazena milhares de milhões de toneladas de metano no Ártico, está deixando escapar esse gás-estufa para a atmosfera.

Até aqui, os cientistas que estudam o assunto anualmente estimam que sejam emitidas oito milhões de toneladas de metano pela Plataforma Ártica da Sibéria Oriental, o que equivale a todo o metano liberado pelos oceanos do mundo, que cobrem 71% do planeta.

Por outro lado, as medições realizadas em terra na Sibéria, representam menos de 2% das emissões mundiais de metano derivadas de fontes como animais, arrozais ou vegetação em processo de putrefação. Ainda assim, isso é significativo.

“Antes se presumia que esta região tinha emissão zero”, afirmou à IPS Natalia Shakhova, pesquisadora da Universidade do Alasca, em Fairbanks.

Shakhova e seu colega Igor Semiletov lideraram oito expedições internacionais a essa região, considerada uma das mais remotas do mundo. Nos últimos anos, as temperaturas da superfície de boa parte da paisagem ártica e siberiana, sobretudo no verão boreal, aumentaram entre seis e dez graus em relação aos registros normais.

Este aumento substancial de águas mais quentes na pouco profunda Plataforma da Sibéria Oriental acelerou o derretimento do permafrost (gelo permanente) submarino, rachando a cobertura gelada e permitindo que o metano vazasse para a atmosfera.

“Se a desestabilização aumentar, as emissões de metano poderão não ser em teragramas, pois serão significativamente maiores”, disse Shakhova. Um teragrama é igual a um bilhão de gramas ou um milhão de toneladas. Não é só isso: o gás metano é cerca de 25 vezes mais potente do que o dióxido de carbono.

“A liberação na atmosfera de apenas 1% do metano, que se presumia armazenado em depósitos de hidrato pouco profundos, pode alterar em três ou quatro vezes a atual carga atmosférica de metano”, acrescentou a pesquisadora. “As consequências climáticas disto são difíceis de prever”.

Da Agência EPTV

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