Singela homenagem ao patriarca da Família Rodrigues, da qual sou integrante em terceira geração
Por Marcel Rofeal
Permitam-me, meus amigos, uma singela homenagem a uma pessoa muito especial para mim e para minha família, um alguém que infelizmente já não está mais entre nós mas que deixou um legado fantástico. Um grande homem, trabalhador, honesto... uma verdadeira estrela que deixou seu brilho na terra para ocupar um lugar no céu. Há um ano, em 27 de junho de 2009, chegava ao fim a jornada de Sebastião Rodrigues, meu avô, aos 88 anos de idade.
Na manhã daquele sábado, pontualmente às 9 horas, o sofrimento de toda uma família se fora com a chegada do vazio, do sentimento de perda e de dor, pela partida do patriarca. Uma pessoa que, de maneira humilde, soube formar verdadeiros seres humanos, verdadeiras pessoas de bom caráter, boa índole, verdadeiros cidadãos. Com todo o seu jeitinho, mesmo com a idade avançada, não deixara o trabalho para buscar boas condições de vida à família.
Caçula de três filhos de Pedro e Maria Clara, casou-se com Maria Garcia, morta em 2000, com quem teve sete filhos, sendo que um faleceu ainda na infância. Trabalhou sempre na roça, passando por várias cidades do interior paulista como Nova Europa, Dourado e fixando residência em Ribeirão Bonito. Migrou do Rio de Janeiro, onde nasceu em 16 de setembro de 1920, com a família para São Paulo, buscando sempre o trabalho e a sobrevivência.
Mesmo com os filhos, cinco mulheres e um homem, já adultos, as mulheres todas casadas, ele não abandonara o serviço na colheita do arroz, o que resultou em problemas de saúde anos mais tarde. Aos poucos foi perdendo a força do homem trabalhador e tornando-se um idoso frágil, de saúde bastante debilitada. Seus últimos dias se passaram na cama, na casa de uma de suas filhas, onde veio a falecer no momento da chegada do nosso pároco, Padre Morales.
Sempre muito religioso, devoto de Nossa Senhora Aparecida, chegava a passar horas sentado na cama, pouco antes de dormir, fazendo orações, isso enquanto estava em condições de saúde. Durante suas preces, citava o nome de cada familiar já falecido pedindo por suas almas, nunca esquecendo nome algum. Coincidentemente, seu corpo foi sepultado ao som de "Ave Maria", às 18 horas, sob forte chuva, fenômeno natural pelo qual era apaixonado.
A estrela dessa pessoa tão especial se apagou. Seu brilho, ofuscado pelo legado e reputação ilibada, pode ter deixado de existir, mas seu exemplo e suas lições de vida jamais serão ocultos. Lembro-me, não claramente, de todos os contos e piadas que contava, nos últimos momentos de lucidez. Também, um momento marcante para mim, foi quando me disse, duas semanas antes da morte: "só estou esperando o momento de partir para a viagem sem volta (choro)".
Que ele amava a dádiva da vida e que valorizava a todos os momentos, sejam esses bons ou ruins, não resta a menor dúvida, tanto que chorava ao falar da morte. Arrependo-me de cada momento que disperdicei por, ao invés de passar em sua companhia, optei por qualquer outra coisa. Vou guardar, eternamente, no pensamento os momentos que passamos, horas e horas, jogando truco, o que lhe fazia muito bem, sem contar as suas cantorias, é claro.
Provavelmente ele nunca receberá uma homenagem digna, algo que realmente o seja a altura. Vemos isso em outras oportunidades em que grandes pessoas, mantidas no anonimato por se cultuar a hipocrisia, partiram da vida e foram esquecidas definitivamente, exceto por alguns familiares. Há, também, a filosofia que prega as realizações durante a vida e não após a morte, mas há quem mereça demonstrações de amor e carinho em ambos os momentos.
Neste dia 27 de junho de 2010, um domingo, nossa família recorda da desgraça que se tornou um simples telefonema há exatamente um ano, na manhã daquele sábado, quando informando sobre o falecimento desse seu membro maior. Às 9 horas da manhã de hoje, alguns momentos atrás, uma cerimônia singela, particular, marcou esse triste aniversário em algumas residências da família, uma pequena homenagem simultanea a um grande homem.
Essa é a declaração que, mesmo que estivesse em vida, ele não poderia ter conhecimento. Agradeço aos amigos leitores que acompanharam esse texto por sua totalidade, pedindo que compreendam o momento de desabafo. Recomendo o link a seguir, do blog "Epifanias", onde meu primo, o professor Agnaldo Garcia, retratou uma homenagem mais formalizada ao avô (acesse clicando aqui). Muito obrigado a vocês, leitores, e ao meu avô, onde quer que ele esteja, pelo exemplo de vida e pelos preciosos ensinamentos.
Por Marcel Rofeal
Permitam-me, meus amigos, uma singela homenagem a uma pessoa muito especial para mim e para minha família, um alguém que infelizmente já não está mais entre nós mas que deixou um legado fantástico. Um grande homem, trabalhador, honesto... uma verdadeira estrela que deixou seu brilho na terra para ocupar um lugar no céu. Há um ano, em 27 de junho de 2009, chegava ao fim a jornada de Sebastião Rodrigues, meu avô, aos 88 anos de idade.
Na manhã daquele sábado, pontualmente às 9 horas, o sofrimento de toda uma família se fora com a chegada do vazio, do sentimento de perda e de dor, pela partida do patriarca. Uma pessoa que, de maneira humilde, soube formar verdadeiros seres humanos, verdadeiras pessoas de bom caráter, boa índole, verdadeiros cidadãos. Com todo o seu jeitinho, mesmo com a idade avançada, não deixara o trabalho para buscar boas condições de vida à família.
Caçula de três filhos de Pedro e Maria Clara, casou-se com Maria Garcia, morta em 2000, com quem teve sete filhos, sendo que um faleceu ainda na infância. Trabalhou sempre na roça, passando por várias cidades do interior paulista como Nova Europa, Dourado e fixando residência em Ribeirão Bonito. Migrou do Rio de Janeiro, onde nasceu em 16 de setembro de 1920, com a família para São Paulo, buscando sempre o trabalho e a sobrevivência.
Mesmo com os filhos, cinco mulheres e um homem, já adultos, as mulheres todas casadas, ele não abandonara o serviço na colheita do arroz, o que resultou em problemas de saúde anos mais tarde. Aos poucos foi perdendo a força do homem trabalhador e tornando-se um idoso frágil, de saúde bastante debilitada. Seus últimos dias se passaram na cama, na casa de uma de suas filhas, onde veio a falecer no momento da chegada do nosso pároco, Padre Morales.
Sempre muito religioso, devoto de Nossa Senhora Aparecida, chegava a passar horas sentado na cama, pouco antes de dormir, fazendo orações, isso enquanto estava em condições de saúde. Durante suas preces, citava o nome de cada familiar já falecido pedindo por suas almas, nunca esquecendo nome algum. Coincidentemente, seu corpo foi sepultado ao som de "Ave Maria", às 18 horas, sob forte chuva, fenômeno natural pelo qual era apaixonado.
A estrela dessa pessoa tão especial se apagou. Seu brilho, ofuscado pelo legado e reputação ilibada, pode ter deixado de existir, mas seu exemplo e suas lições de vida jamais serão ocultos. Lembro-me, não claramente, de todos os contos e piadas que contava, nos últimos momentos de lucidez. Também, um momento marcante para mim, foi quando me disse, duas semanas antes da morte: "só estou esperando o momento de partir para a viagem sem volta (choro)".
Que ele amava a dádiva da vida e que valorizava a todos os momentos, sejam esses bons ou ruins, não resta a menor dúvida, tanto que chorava ao falar da morte. Arrependo-me de cada momento que disperdicei por, ao invés de passar em sua companhia, optei por qualquer outra coisa. Vou guardar, eternamente, no pensamento os momentos que passamos, horas e horas, jogando truco, o que lhe fazia muito bem, sem contar as suas cantorias, é claro.
Provavelmente ele nunca receberá uma homenagem digna, algo que realmente o seja a altura. Vemos isso em outras oportunidades em que grandes pessoas, mantidas no anonimato por se cultuar a hipocrisia, partiram da vida e foram esquecidas definitivamente, exceto por alguns familiares. Há, também, a filosofia que prega as realizações durante a vida e não após a morte, mas há quem mereça demonstrações de amor e carinho em ambos os momentos.
Neste dia 27 de junho de 2010, um domingo, nossa família recorda da desgraça que se tornou um simples telefonema há exatamente um ano, na manhã daquele sábado, quando informando sobre o falecimento desse seu membro maior. Às 9 horas da manhã de hoje, alguns momentos atrás, uma cerimônia singela, particular, marcou esse triste aniversário em algumas residências da família, uma pequena homenagem simultanea a um grande homem.
Essa é a declaração que, mesmo que estivesse em vida, ele não poderia ter conhecimento. Agradeço aos amigos leitores que acompanharam esse texto por sua totalidade, pedindo que compreendam o momento de desabafo. Recomendo o link a seguir, do blog "Epifanias", onde meu primo, o professor Agnaldo Garcia, retratou uma homenagem mais formalizada ao avô (acesse clicando aqui). Muito obrigado a vocês, leitores, e ao meu avô, onde quer que ele esteja, pelo exemplo de vida e pelos preciosos ensinamentos.
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