Brasil: Advogado de Mizael entra com habeas corpus e pede ação contra falso testemunho - Blog Marcel Rofeal

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terça-feira, 13 de julho de 2010

Brasil: Advogado de Mizael entra com habeas corpus e pede ação contra falso testemunho

Pedido deve ser julgado nesta quarta-feira (14) pela desembargadora da 12ª Câmara Criminal do TJ-SP

Julianna Granjeia, colaboração para a Folha

O advogado do policial aposentado Mizael Bispo de Souza --principal suspeito pela morte da advogada Mércia Nakashima--, Samir Haddad Júnior, entrou com um pedido de habeas corpus para seu cliente nesta terça-feira. Souza teve a prisão temporária decretada no último sábado (10) e está foragido.

O pedido deve ser julgado nesta quarta-feira (14) pela desembargadora Angélica de Almeida da 12ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. "Ele [Mizael] não vai se entregar, a prisão é ilegal, sem fundamentação adequada. Depoimento é mérito e não se discute mérito", afirmou Haddad.

O advogado também afirmou que a testemunha identificada como Ricardo que mentiu em depoimento à polícia --ao dizer que o vigia Evandro Bezerra da Silva ligou para ele para contar que ele teria recebido dinheiro para fazer "coisa errada" deveria ser indiciada por falso testemunho.

"É obrigação da polícia indiciar essa pessoa por falso testemunho para não ficar um monte de testemunha mentirosa e Mizael acusado como monstro, frio e calculista. Quantas outras testemunhas podem estar querendo fama e dinheiro como esse Ricardo?", disse Haddad.

Caso

Mércia foi vista pela última vez na casa dos seus avós no dia 23 de maio. O carro da advogada foi encontrado no dia 10 de junho em uma represa na cidade de Nazaré Paulista (a 64 km de São Paulo), após indicação de um homem que viu o veículo ser empurrado enquanto pescava. No dia seguinte seu corpo foi encontrado no mesmo local, após ela ter ficado desaparecida por 17 dias.

O vigia foi preso na madrugada de sexta-feira (9) em Sergipe e transferido para São Paulo no dia seguinte. Em um primeiro depoimento, à polícia sergipana, ele negou qualquer envolvimento no crime, mas mudou a versão posteriomente, acusando o ex-namorado de Mércia. Ele teria dito que combinou com Souza de buscá-lo à noite na represa. Para a polícia, Silva e Souza criaram uma armadilha para Mércia.

"No calor da apresentação na delegacia, o Evandro disse o que ele quis. Só que ao mostrar as evidências ou ele negaria ou ele tentaria adequar a versão para minimizar a participação dele, como ele fez. Ele disse que não matou a Mércia, apenas socorreu o amigo que estava sozinho na beira da represa", afirmou o diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo, Marco Antônio Desgualdo.

"Ele [Souza] ia quase todos os dias ao posto do Evandro, mas não entrava porque sabia que tinha câmeras de segurança. Ele parava do lado, pegamos todas as câmeras. Ele não é primário, tudo ele premeditou e soube fazer. O motivo foi porque ele achou que estava sendo traído. Depois de terminar o namoro, ele seguia a Mércia", disse o delegado do DHPP, Antonio de Olim, que cuida do caso.

Na segunda-feira (12), o Ministério Público pediu a conversão da prisão temporária em preventiva. Souza deve ser indiciado ainda nesta semana.

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