Votação ocorre em 14 dos 31 Estados e um distrito federal
Da BBC Brasil
Foto: Agência Reuters
A votação para eleger governos locais, prefeituras e assembleias regionais já foi encerrada em algumas regiões do México em uma eleição marcada pela tensão e temor pelo clima de violência que seria causada pelos cartéis de tráfico de drogas.A votação ocorre em 14 dos 31 Estados mexicanos e um distrito federal.
Cartéis de tráfico de drogas ameaçaram as campanhas de vários partidos e na semana passada foi assassinado o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI) ao governo de Tamaulipas, Rodolfo Torre Cantú.
A segurança foi reforçada durante a campanha em Estados com forte presença de narcotraficantes, como Chihuahua, Durango, Sinaloa e Tamaulipas.
No município de Valle de Juarez, uma das principais zonas do tráfico de drogas para os Estados Unidos, o Instituto Eleitoral de Chihuahua pediu apoio da Polícia Federal para vigiar os comícios.
De acordo com o correspondente da BBC na Cidade do México Julian Miglierini, a votação transcorreu em meio às medidas de segurança sem maiores incidentes, mas alguns partidos reclamaram de intimidação aos eleitores em alguns estados.
O partido de oposição PRI afirmou que, em pelo menos dois Estados, Zacatecas e Durango, grupos de homens armados e com os rostos cobertos intimidaram os eleitores perto dos locais de votação.
No Estado mexicano de Durango, segundo o correspondente, uma autoridade eleitoral afirmou que pelo menos três homens armados entraram no local de votação, roubaram urnas e dispararam para o alto antes de deixar o local.
Os resultados preliminares divulgados na noite de domingo sugerem que o PRI conseguiu grandes vitórias nas eleições.
Novo cenário
Até a semana passada, o principal foco de atenção era o resultado das alianças entre os partidos da Revolução Democrática (PRD), de esquerda, e o conservador Ação Nacional (PAN).
Algumas pesquisas mostram que a aliança poderia derrotar o PRI em Estados onde o partido sempre governou, como Oaxaca e Sinaloa.
Mas a morte de Torre Cantú, o mais grave incidente de violência política desde o assassinato do candidato presidencial Luis Donaldo Colosio, em 1994, mudou o cenário.
O assassinato demonstra que o crime organizado pretende influir nas eleições, segundo reconheceu o próprio presidente mexicano, Felipe Calderón.
O presidente Calderón convocou um diálogo nacional com todos os atores políticos, para enfrentar as ameaças do crime organizado.
O PRD e o PAN já aceitaram o convite, mas o PRI, que governa 19 dos 31 Estados do país, afirmou que só dialoga depois das eleições.
Segundo o catedrático Juan Maria Alponte, da UNAM, será necessário mais do que uma eleição para acabar com a violência no México.
"A sociedade não acredita na Justiça. E uma das bases da convivência é acreditar nos fundamentos jurídicos", completou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário