O Afeganistão afirmava que a retirada de nomes da lista estimularia os insurgentes a participarem do governo
Louis Charbonneau, da Reuters
Uma comissão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) retirou 45 nomes da sua lista negra de membros do Taliban e Al Qaeda, algo que o Afeganistão pleiteava para facilitar as negociações com insurgentes, informou nesta segunda-feira um diplomata.
O comitê do Conselho de Segurança que cuida das sanções aos dois grupos islâmicos, criado em 1999, começou há dois anos a revisar os 488 indivíduos e entidades que faziam parte dessa lista em meio a críticas de que havia sanções injustas ou contra pessoas já mortas.
A presença nessa relação implica congelamento de bens, proibição de viagens e embargo armamentista. Após a revisão, a lista encolheu quase 10 por cento, segundo Thomas Mayr-Harting, embaixador da Áustria e presidente da comissão.
Segundo ele, dez beneficiários da revisão são militantes do Taliban, e 35 tinham relações com a Al Qaeda, sendo 14 indivíduos e 21 empresas e entidades.
O Afeganistão afirmava que a retirada de nomes da lista estimularia os insurgentes a participarem do governo. Uma recente "Jirga (assembleia) da Paz" no Afeganistão recomendou negociações com líderes moderados do Taliban e com outros militantes, visando o fim de uma guerra que já dura nove anos.
O presidente afegão, Hamid Karzai, pleiteava a retirada de 20 talibans da lista por terem aderido ao governo ou morrido.
Mas a Rússia, que participa da comissão junto com os demais 14 membros do Conselho, foi cautelosa na retirada dos nomes, segundo diplomatas da ONU. A Rússia teme o avanço do fundamentalismo islâmico e do narcotráfico ligado ao Taliban na sua vizinhança.
Dos 20 talibans que Karzai queria beneficiar, cinco foram tirados da lista em janeiro, e outros cinco na semana passada. O governo afegão ainda não se manifestou sobre a decisão.
Mayr-Harting disse ainda que a maioria dos outros dez talibans defendidos por Karzai continuará sob sanções. O diplomata do Conselho de Segurança disse ainda que dois casos estão pendentes e podem sair daquela relação.
Entre os 35 nomes retirados da lista da Al Qaeda há sete empresas chamadas Barakaat, com sede nos Estados Unidos e na Suécia, além de oito indivíduos mortos. Mas ainda restam cerca de 30 pessoas falecidas que fazem parte dela.
"Precisamos ter provas convincentes de que elas estão mesmo mortas", disse Mayr-Harting, acrescentando que a comissão precisa saber também o que aconteceria com os bens descongelados.
Segundo ele, indivíduos vivos precisam provar que renunciaram à violência, depuseram armas, aceitaram a Constituição afegã e romperam todos os vínculos com grupos extremistas.
A revisão manteve 443 nomes na lista --132 do Taliban e 311 da Al Qaeda--, mas 66 casos ainda estão pendentes, segundo o diplomata. No entanto, ele avalia que, de agora em diante, poucos nomes deixarão de fazer parte da lista negra. "Não seria realista esperar grandes mudanças", declarou.
Louis Charbonneau, da Reuters
Uma comissão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) retirou 45 nomes da sua lista negra de membros do Taliban e Al Qaeda, algo que o Afeganistão pleiteava para facilitar as negociações com insurgentes, informou nesta segunda-feira um diplomata.
O comitê do Conselho de Segurança que cuida das sanções aos dois grupos islâmicos, criado em 1999, começou há dois anos a revisar os 488 indivíduos e entidades que faziam parte dessa lista em meio a críticas de que havia sanções injustas ou contra pessoas já mortas.
A presença nessa relação implica congelamento de bens, proibição de viagens e embargo armamentista. Após a revisão, a lista encolheu quase 10 por cento, segundo Thomas Mayr-Harting, embaixador da Áustria e presidente da comissão.
Segundo ele, dez beneficiários da revisão são militantes do Taliban, e 35 tinham relações com a Al Qaeda, sendo 14 indivíduos e 21 empresas e entidades.
O Afeganistão afirmava que a retirada de nomes da lista estimularia os insurgentes a participarem do governo. Uma recente "Jirga (assembleia) da Paz" no Afeganistão recomendou negociações com líderes moderados do Taliban e com outros militantes, visando o fim de uma guerra que já dura nove anos.
O presidente afegão, Hamid Karzai, pleiteava a retirada de 20 talibans da lista por terem aderido ao governo ou morrido.
Mas a Rússia, que participa da comissão junto com os demais 14 membros do Conselho, foi cautelosa na retirada dos nomes, segundo diplomatas da ONU. A Rússia teme o avanço do fundamentalismo islâmico e do narcotráfico ligado ao Taliban na sua vizinhança.
Dos 20 talibans que Karzai queria beneficiar, cinco foram tirados da lista em janeiro, e outros cinco na semana passada. O governo afegão ainda não se manifestou sobre a decisão.
Mayr-Harting disse ainda que a maioria dos outros dez talibans defendidos por Karzai continuará sob sanções. O diplomata do Conselho de Segurança disse ainda que dois casos estão pendentes e podem sair daquela relação.
Entre os 35 nomes retirados da lista da Al Qaeda há sete empresas chamadas Barakaat, com sede nos Estados Unidos e na Suécia, além de oito indivíduos mortos. Mas ainda restam cerca de 30 pessoas falecidas que fazem parte dela.
"Precisamos ter provas convincentes de que elas estão mesmo mortas", disse Mayr-Harting, acrescentando que a comissão precisa saber também o que aconteceria com os bens descongelados.
Segundo ele, indivíduos vivos precisam provar que renunciaram à violência, depuseram armas, aceitaram a Constituição afegã e romperam todos os vínculos com grupos extremistas.
A revisão manteve 443 nomes na lista --132 do Taliban e 311 da Al Qaeda--, mas 66 casos ainda estão pendentes, segundo o diplomata. No entanto, ele avalia que, de agora em diante, poucos nomes deixarão de fazer parte da lista negra. "Não seria realista esperar grandes mudanças", declarou.
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