Belga foi infectado no Paquistão e morreu em junho
AFP
Um belga tornou-se a primeira vítima de uma superbactéria resistente a medicamentos, originária no sul da Ásia, reforçando o temor de que possa se espalhar por todo o mundo após infectar dezenas de pessoas na Grã-Bretanha e na Austrália.
A vítima foi infectada pela bactéria quando era tratada no Paquistão e morreu em junho, disse na sexta-feira um médico do hospital de Bruxelas onde recebeu tratamento.
"Ele se envolveu em um acidente de carro, durante uma viagem para o Paquistão. Foi hospitalizado com um grande ferimento na perna e, então, foi repatriado para a Bélgica, já infectado", contou o médico.
Apesar de ter sido tratado com colistosina, um poderoso antibiótico, o paciente faleceu, acrescentou.
Um segundo caso na Bélgica foi o de um homem, hospitalizado após er infectado pela bactéria após um acidente durante viagem a Montenegro, sua terra natal, mas se recuperou depois de receber tratamento em julho, disse outro especialista.
"O epicentro da presença desta bactéria parece ser a Índia e o Paquistão, mas aparentemente devido ao contato e às viagens, sua disseminação está se alastrando", explicou à AFP Youri Glupczynski, bacteriologista da Universidade de Leuven.
A superbactéria - encontrada em bactéria contendo o gene Nova Délhi metalo-lactamase-1 (NDM-1) - foi inicialmente identificada no ano passado em um paciente sueco que deu entrada em um hospital indiano.
Segundo a revista médica britânica The Lancet relatou esta semana que a bactéria contendo o gene NDM-1 tinha sido encontrada em 37 britânicos, que recebeu tratamento médico no sul da Ásia.
O relatório, segundo o qual turistas que visitam o Sul da Ásia para realizar tratamentos de saúde correm o risco de contrair a infecção e que alertou que a superbactéria poderia se espalhar, causou respostas furiosas da Índia.
"Vincular isto (a superbactéria) à segurança da cirurgia em hospitais da Índia, citando exemplos isolados para demonstrar que a Índia não é um lugar seguro, é errado", afirmou o ministério da Saúde em um comunicado publicado nesta sexta-feira.
No entanto, também foi divulgado nesta sexta-feira que uma equipe de cientistas indianos alertaram sobre a superbactéria em março.
Cientistas do hospital privado Hinduja, em Mumbai, estudaram 24 casos de infecção entre agosto e novembro do ano passado e afirmou ter encontrado 22 incidentes de NDM-1 produzindo bactérias.
Seu relatório descreveu o número crescente de casos como uma "preocupação maior" e alertou que a superbactéria "tem o potencial para a futura disseminação na comunidade".
A superbactéria se espalhou para a Austrália, onde infectou três pessoas que viajaram para a Índia para uma cirurgia.
O professor Peter Collignon, chefe do departamento de doenças infecciosas do Hospital de Canberra, disse que os casos - inclusive o de um paciente que fez cirurgia plástica em Mumbai - eram apenas a "ponta do iceberg".
"Descobrimos esta bactéria multirresistente na urina, felizmente sem causar muitos problemas àquela pessoa. Mas será um problema real caso se espalhe para outros", afirmou.
"O germe que tivemos era intratável - não havia drogas com que pudéssemos tratá-lo", afirmou.
Collignon disse que um dos pacientes está com a doença na unidade de cuidados intensivos de um hospital indiano após uma cirurgia plástica ter dado errado. Mas ele disse que outro pegou a bactéria na comunidade, demonstrando a extensão do problema.
"É provável que haja mais (casos) porque o que estamos vendo nos hospitais é apenas a ponta do iceberg", afirmou.
"Possivelmente está matando muitas pessoas, mas está acontecendo no mundo em desenvolvimento e não há forma de medir isto", acrescentou.
AFP
Um belga tornou-se a primeira vítima de uma superbactéria resistente a medicamentos, originária no sul da Ásia, reforçando o temor de que possa se espalhar por todo o mundo após infectar dezenas de pessoas na Grã-Bretanha e na Austrália.
A vítima foi infectada pela bactéria quando era tratada no Paquistão e morreu em junho, disse na sexta-feira um médico do hospital de Bruxelas onde recebeu tratamento.
"Ele se envolveu em um acidente de carro, durante uma viagem para o Paquistão. Foi hospitalizado com um grande ferimento na perna e, então, foi repatriado para a Bélgica, já infectado", contou o médico.
Apesar de ter sido tratado com colistosina, um poderoso antibiótico, o paciente faleceu, acrescentou.
Um segundo caso na Bélgica foi o de um homem, hospitalizado após er infectado pela bactéria após um acidente durante viagem a Montenegro, sua terra natal, mas se recuperou depois de receber tratamento em julho, disse outro especialista.
"O epicentro da presença desta bactéria parece ser a Índia e o Paquistão, mas aparentemente devido ao contato e às viagens, sua disseminação está se alastrando", explicou à AFP Youri Glupczynski, bacteriologista da Universidade de Leuven.
A superbactéria - encontrada em bactéria contendo o gene Nova Délhi metalo-lactamase-1 (NDM-1) - foi inicialmente identificada no ano passado em um paciente sueco que deu entrada em um hospital indiano.
Segundo a revista médica britânica The Lancet relatou esta semana que a bactéria contendo o gene NDM-1 tinha sido encontrada em 37 britânicos, que recebeu tratamento médico no sul da Ásia.
O relatório, segundo o qual turistas que visitam o Sul da Ásia para realizar tratamentos de saúde correm o risco de contrair a infecção e que alertou que a superbactéria poderia se espalhar, causou respostas furiosas da Índia.
"Vincular isto (a superbactéria) à segurança da cirurgia em hospitais da Índia, citando exemplos isolados para demonstrar que a Índia não é um lugar seguro, é errado", afirmou o ministério da Saúde em um comunicado publicado nesta sexta-feira.
No entanto, também foi divulgado nesta sexta-feira que uma equipe de cientistas indianos alertaram sobre a superbactéria em março.
Cientistas do hospital privado Hinduja, em Mumbai, estudaram 24 casos de infecção entre agosto e novembro do ano passado e afirmou ter encontrado 22 incidentes de NDM-1 produzindo bactérias.
Seu relatório descreveu o número crescente de casos como uma "preocupação maior" e alertou que a superbactéria "tem o potencial para a futura disseminação na comunidade".
A superbactéria se espalhou para a Austrália, onde infectou três pessoas que viajaram para a Índia para uma cirurgia.
O professor Peter Collignon, chefe do departamento de doenças infecciosas do Hospital de Canberra, disse que os casos - inclusive o de um paciente que fez cirurgia plástica em Mumbai - eram apenas a "ponta do iceberg".
"Descobrimos esta bactéria multirresistente na urina, felizmente sem causar muitos problemas àquela pessoa. Mas será um problema real caso se espalhe para outros", afirmou.
"O germe que tivemos era intratável - não havia drogas com que pudéssemos tratá-lo", afirmou.
Collignon disse que um dos pacientes está com a doença na unidade de cuidados intensivos de um hospital indiano após uma cirurgia plástica ter dado errado. Mas ele disse que outro pegou a bactéria na comunidade, demonstrando a extensão do problema.
"É provável que haja mais (casos) porque o que estamos vendo nos hospitais é apenas a ponta do iceberg", afirmou.
"Possivelmente está matando muitas pessoas, mas está acontecendo no mundo em desenvolvimento e não há forma de medir isto", acrescentou.
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