quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Internacional: Presidente anuncia plano para proteger jornalistas no México

Plano inclui criação de comissão para identificar motivos de agressão.

Da France Presse

O presidente do México, Felipe Calderón, anunciou esta quarta-feira (22), em reunião privada com representantes de entidades internacionais da imprensa, um plano para proteger os jornalistas no país, onde pelo menos 37 profissionais de mídia foram assassinados desde 2007.

Segundo um comunicado oficial, o projeto governamental contempla medidas como "um sistema de alerta rápido", "reformas legais para prevenir a prescrição dos crimes na área" e "a criação de um Conselho Consultivo que permita identificar os motivos das agressões aos jornalistas".

Este último ponto provocou polêmica no México. A mais recente se seguiu ao assassinato, há uma semana, de um fotógrafo no norte do país, que motivou um pedido de trégua ao crime organizado por parte do jornal para o qual a vítima trabalhava.

Segundo a procuradoria mexicana, o assassinato foi motivado por questões pessoais e não profissionais.

Calderón apresentou a iniciativa a delegados da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

"Consideramos que o presidente Calderón e sua equipe de trabalho foram receptivos. Acho que o importante é que houve um compromisso do governo para lançar um plano de proteção para os jornalistas", disse na saída do encontro Gonzalo Marroquín, vice-presidente da SIP, segundo a emissora W Radio.

"É um plano muito bem estruturado, similar ao que existe na Colômbia e em outros países. Vai ser iniciado no mês de outubro", acrescentou Marroquín.

Calderón admitiu que o México é um dos países mais perigosos do mundo para jornalistas, afirmou Joel Simon, diretor-executivo do CPJ.

Os assassinatos de jornalistas no país, que ONGs internacionais especializadas no tema consideram o mais perigoso para jornalistas na América Latina, aumentaram substancialmente desde que Calderón lançou uma ofensiva militar contra o tráfico de drogas, quando assumiu o cargo, no fim de 2006.

Desde então, mais de 28 mil pessoas morreram no país, a maioria vítimas de crimes atribuídos pelas autoridades a confrontos entre bandos de narcotraficantes.

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