Tumulto teve início por volta das nove horas desta segunda
Francisco Júnior, especial para o UOL
Um saldo de 14 mortes, nove confirmadas oficialmente. Estes são os números da maior rebelião ocorrida no anexo 3 do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, situado na BR 135, próximo à entrada de São Luís, capital do Maranhão. Todas as vítimas cumpriam pena por estupro e dos nove presos assassinados, três foram degolados e os demais decapitados. A falta de água no presídio e disputas entre grupos rivais são alguns dos motivos apontados como as causas do motim. Um dos pedidos feitos pelos presos é a saída do cargo do diretor geral da penitenciária, Luis Henrique Sena de Freitas. Cinco agentes penitenciários continuam reféns. As negociações foram interrompidas no início da noite de ontem e devem ser retomadas nesta terça-feira(9) . No início da noite, os líderes do motim foram presos.
O tumulto começou por volta das 9h, quando presos do Anexo III renderam um agente, tomaram sua arma e o alvejaram com dois tiros. O agente foi transferido para um hospital da capital. Seu estado de saúde é grave, mas ele não corre risco de morte.
Depois disso, detentos da cidade de Imperatriz e da região da baixada Maranhense começaram a brigar com presos da cidade de São Luís que dividiam o mesmo espaço. Os detentos também exigem a transferência dos detentos de Imperatriz para sua cidade natal, além de melhorias no fornecimento de água e comida. O Anexo III tem capacidade para aproximadamente 100 detentos, mas cerca de 200 estavam no local.
As negociações transcorreram até o início da noite. Pela manhã devem ser retomadas novas conversas, que estão sendo mediadas pela Polícia Militar, Ordem dos Advogados do Brasil seccional Maranhão (OAB-MA) e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos. Há uma semana, programas policiais, veiculados em rádios de São Luis, alertavam para o risco de uma rebelião em Pedrinhas e retratavam um clima de inquietação dentro do presídio.
O presídio que tem um longo histórico de rebeliões. Em janeiro de 2001 ocorreu aquele que é considerado o pior deles e resultou na morte de três presos - um deles foi decapitado.
Com informações da Agência Estado
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