São 65 representantes; foram cinco anos ausentes do Legislativo
Patricia Rondón Espín e Mario Naranjo, Reuters
A Venezuela terá a partir desta quarta-feira uma nova Assembleia Nacional com maior presença da oposição, mas estará limitada pelos poderes especiais que dão ao presidente Hugo Chávez o direito de governar por decreto até meados de 2012.
A oposição, ausente do Legislativo fazia cinco anos, tem agora 65 representantes, enquanto Chávez conta com o apoio de 98 -- uma maioria que não lhe permite aprovar leis facilmente como na legislatura anterior, a qual outorgou ao presidente os poderes especiais em dezembro.
O governo e seus adversários prometeram acompanhar com passeatas e manifestações a entrada dos novos deputados na sede da Assembleia, o que poderá desencadear novos confrontos entre os dois lados.
O governo convocou seus partidários a se unirem aos deputados eleitos no dia da posse, num chamado amplamente difundido pelos meios de comunicação afinados com o governo. Já a oposição marcou uma concentração em uma área próxima à sede da Assembleia, mas não obteve permissão para passeatas.
A oposição qualificou como uma vitória a conquista de 65 cadeiras, o que foi motivo de ironias por parte de Chávez, que, contudo, saudou a nova Assembleia, numa tentativa de baixar as tensões no país.
"A política sem um opositor, sem um antagonista jogando não é política, é qualquer outra coisa", disse Chávez. "A batalha política, a batalha das idéias são bem-vindas. Estou contente com a nova configuração da Assembléia".
A oposição retorna à Assembleia depois de cinco anos de ausência por causa de seu boicote à eleição legislativa de 2005, com a qual pretendia denunciar a parcialidade da Justiça eleitoral em relação ao governo, mas sua ação não surtiu efeito e os antichavistas ficaram representação na Casa.
Só um pequeno grupo distanciado do chavismo atuou no Legislativo nesses últimos anos.
A Assembleia anterior aprovou em dezembro duas leis para reduzir pela metade suas sessões e as reuniões das comissões, assegurar que os governistas presidam as comissões e impedir que os deputados votem contra seu partido, entre outras medidas.
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