"O PMDB não vai votar contra o governo", disse Temer
Cátia Seabra, Folha.com
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) afirmou nesta quarta-feira que o  valor do salário mínimo será discutido pelo PMDB no Congresso, mas que  só será votado o quer for possível para o Tesouro Nacional.
"O PMDB disse que vai discutir no Congresso, mas que só vai votar o quer  for possível para o Tesouro. O PMDB não vai votar contra o governo",  disse Temer.
PT e PMDB estão em crise por causa da partilha de cargos no governo  Dilma Rousseff. Em meio ao desgaste, os peemedebistas anunciaram que não  estão convencidos do valor do salário mínimo de R$ 540 fixado para  2011.
Para conter a animosidade entre os partidos, a presidente decidiu  suspender as nomeações para o segundo escalão. As indicações voltarão a  acontecer depois das eleições no Congresso. A suspensão foi anunciada  ontem por Temer.
O vice afirmou que conversou ontem com seu partido, pediu calma na  formação da equipe de governo e, segundo ele, o PMDB concordou em  esperar. "O PMDB tem toda a calma."
Temer disse ser solidário ao PMDB, mas destacou que esse açodamento não é  exclusivo de seu partido. "É generalizado, o que há é de todo mundo."
O vice participou hoje de uma missa em memória do ex-governador de São  Paulo Orestes Quércia (PMDB), na Catedral da Sé, em São Paulo. Também  participaram da cerimônia os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, Paulo  Maluf (PP), Gilberto Kassab (DEM) e Eduardo Suplicy. 
Câmara
A maior preocupação do governo e do PT neste início de governo é evitar  que as insatisfações no PMDB acabem por prejudicar a eleição do petista  Marco Maia (RS) à presidência da Câmara, em fevereiro.
Ontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que o governo federal  vai vetar qualquer reajuste que aumente o salário mínimo para mais de R$  540.
"Neste momento, é temerário nós aumentarmos [o mínimo] para mais de R$  540. Se vier alguma coisa diferente, nós vamos simplesmente vetar",  disse o ministro, citando a necessidade de conter os gastos públicos  para, entre outras coisas, facilitar uma queda maior nos juros e evitar  uma maior valorização do real.
Hoje, no entanto, o ministro Garibaldi Alves Filho (Previdência) se  mostrou favorável a um reajuste no salário mínimo superior aos R$ 540  defendidos pelo governo federal.
O peemedebista disse que o PMDB e o governo precisam "sentar numa mesa"  para definir um valor que não coloque em risco as contas públicas --ao  admitir que um reajuste mais alto pode sobrecarregar a "situação  financeira" do país.
"O melhor seria sentar numa mesa Executivo de um lado e Legislativo do  outro e tentarmos encontrar uma solução que, admito, diante da palavra  do ministro [da Fazenda] Guido Mantega, que não pode ir muito adiante,  infelizmente, dos R$ 540. O partido, como qualquer outro partido, vai  lutar em qualquer situação pela melhoria do salário mínimo, cada um no  seu papel", afirmou.
Garibaldi disse que vai atuar como "moderador" para que o governo e o  PMDB fechem um acordo em torno do valor. "Nós desejamos e isso [reajuste  maior] é óbvio o melhor para o trabalhador, mas nós não queremos ver  realmente o país numa situação de dificuldade a partir do que o salário  mínimo representa como indexador. Indexador de salário, indexador de  aposentadorias e pensões, uma série de números que dependem do salário  mínimo."


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