Secretária de Estado norte-americada se manifestou após reunião na Câmara
Thomas Ferraro, Reuters
Foto: Reuters
Os Estados Unidos estão ao lado dos seguidores da oposição iraniana que tentaram realizar um protesto na segunda-feira, disse a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pedindo a Teerã que garanta aos seus cidadãos as mesmas liberdades recentemente obtidas por manifestantes no Egito.
"Permitam-me, clara e diretamente, apoiar as aspirações das pessoas que estão nas ruas no Irã hoje (segunda-feira)", disse Hillary a jornalistas após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, John Boehner.
"O que vemos acontecendo no Irã hoje é um testemunho da coragem do povo iraniano, e um indiciamento da hipocrisia do regime iraniano, um regime que nas últimas três semanas elogiava constantemente o que acontecia no Egito", disse ela.
"Desejamos à oposição e às bravas pessoas nas ruas de cidades em todo o Irã as mesmas oportunidades que eles viram seus colegas egípcios aproveitarem."
Um site ligado à oposição iraniana disse que dezenas de pessoas foram presas na segunda-feira por participarem de uma manifestação proibida pelas autoridades em Teerã. O evento foi convocado como expressão de solidariedade às recentes rebeliões populares da Tunísia e do Egito.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, já fez elogios às revoltas no mundo árabe, saudando-as como um "despertar islâmico."
A oposição, no entanto, vê mais afinidades desses protestos com as manifestações liberais realizadas em 2009 no Irã por causa das denúncias de fraude na reeleição do presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad.
Hillary disse que os EUA têm para o governo e o povo do Irã a mesma mensagem que enviou ao Egito, onde 18 dias de protestos levaram, na semana passada, à renuncia do presidente Hosni Mubarak, importante aliado de Washington no Oriente Médio nos últimos 30 anos.
"Achamos que precisa haver um compromisso de abrir o sistema político no Irã, de ouvir as vozes da oposição e da sociedade civil", disse Hillary, salientando os apelos dos EUA por não-violência, direitos humanos e reformas democráticas.
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