Cidades fazem arrastão e recomendam uso de repelente para evitar contaminação
Raphael Pena, Araraquara.com
Foto: Divulgação
Depois do surto vivido em 2010, quando foram registrados 6.559 casos de dengue nas 25 cidades da região de Araraquara, a mobilização da população e do poder público contra a doença está surtindo efeito. Dados oficiais da Secretaria de Estado da Saúde mostram a reversão do quadro com queda de 99% no número de casos na comparação dos meses de janeiro deste ano com o mesmo período do ano passado.
A planilha do Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo (CVE) com dados dos casos de dengue autóctones (contraídos na cidade) e importados (contaminação em outras cidades) de todos os municípios de São Paulo mostra que as cidades da região juntas somam apenas quatro adoecimentos no mês de janeiro de 2011. No mesmo mês do ano passado, foram 576. Os casos deste ano foram detectados em Rincão (um), Porto Ferreira (um) e São Carlos (dois).
Números
Rincão, Tabatinga e Taquaritinga foram as cidades que tiveram os piores índices de contaminação de dengue em 2010. Com 6,34%, 3,51% e 2,87 % de suas populações atingidas pela doença respectivamente, os três municípios conseguiram controlar a proliferação do mosquito este ano.
Em janeiro de 2010, Rincão já tinha 134 habitantes doentes. Em janeiro deste ano, apenas um. Tabatinga tinha 106 e Taquaritinga 75. Este ano, não houve nenhum caso nestas duas cidades.
Os resultados na região seguem a tendência estadual de queda nos números da dengue em relação a 2010. Um balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde aponta redução de 94,7% de adoecimentos em janeiro em relação ao mesmo período de 2010.
Os municípios paulistas informaram à Secretaria, até o momento, 571 casos autóctones (com transmissão dentro do Estado) da doença em janeiro, com concentração de 45,7% dos casos na cidade de Ribeirão Preto. No primeiro mês do ano passado, houve 10.902.
Casos de Ribeirão Preto preocupam cidades vizinhas
Os quase mil casos de dengue - 261 em janeiro - confirmados em Ribeirão Preto estão preocupando Adriano Araújo, coordenador do Departamento Municipal de Controle de Vetores de Taquaritinga. O maior foco de dengue no Estado fica a apenas 89 quilômetros de distância e muitos moradores da cidade se deslocam para lá diariamente. "Estamos com equipes no Terminal Rodoviário para orientar os viajantes a usarem repelentes. É a única forma de reduzirmos as chances de importar casos de Ribeirão Preto", diz Araújo.
O controle dos criadouros na cidade - feito principalmente com arrastões que passam pelas casas e terrenos baldios da cidade para promover a retirada de inservíveis - está funcionando, segundo o coordenador. "Nossa principal arma é o dia da faxina, realizado no último sábado de cada mês", conta.
Por mês, a Prefeitura retira entre 15 e 20 toneladas de lixo que poderia acumular água e se tornar um criadouro do mosquito transmissor da dengue.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, esta média se mantém, desde o início do projeto, em abril de 2010, e 80% dos criadouros estão no interior das residências. "Por mais que a gente limpe, todo mês encontramos a mesma quantidade de entulho e sujeira", afirma o coordenador.
576 - este é o número de casos de dengue registrados nas 25 cidades da região em 2010
4 - este é o número de casos de dengue registrados nas 25 cidades da região em 2011
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