Alvo da comissão é o gerenciamento dos cemitérios públicos da cidade
Rose Mary de Souza, Terra
Os vereadores de Campinas, no interior de São Paulo, escolheram na sessão da noite de segunda-feira os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de que corpos eram utilizados, sem autorização, em cursos particulares de tanatopraxia, técnica de dissecação, conservação e preparação de cadáveres antes do sepultamento. O alvo da comissão é a autarquia municipal Serviços Técnicos Gerais (Setec), que gerencia os cemitérios públicos da cidade.
De acordo com as denúncias, os cursos irregulares eram realizados há pelo menos seis anos no necrotério do Cemitério dos Amarais. Os cadáveres seriam usados nas aulas sem a permissão dos familiares e sem o conhecimento da direção da autarquia. Por causa disso, segundo a denúncia, havia uma demora para liberação dos corpos para o velório.
Ainda conforme as acusações, o encontro dos interessados em aprender as técnicas de conservação de cadáveres era organizado por particulares com a colaboração direta de servidores da Setec, que disponibilizavam o espaço físico e o material para o manuseio dos corpos. Os cursos eram destinados a funcionários de funerárias e a taxa para participar era de cerca de R$ 2 mil.
A presidente da Setec, Tereza Dóro, que assumiu a autarquia no final de fevereiro, disse que tomou conhecimento dos fatos através de uma carta anônima poucos dias depois de tomar posse no cargo. "Recebi um envelope com alguns documentos", afirmou. Segundo ela, dois funcionários foram afastados e uma sindicância interna foi aberta. Ela foi convocada a prestar esclarecimento a CPI no próximo dia 21 de março.
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