Saif el Gaddafi é mais moderado, mas acordo será difícil, diz The New York Times
R7
Foto: Mahmud Turkia
O filho do ditador Muammar Gaddafi, Saif el Gaddafi, estaria negociando uma saída para a crise líbia na qual ele liderasse a transição do regime do pai para uma democracia. A informação, não confirmada, é do jornal americano The New York Times.
O jornal cita como fonte um diplomata próximo ao regime líbio. A proposta, no entanto, não teria aceitação nem dos rebeldes, que tentam por um fim a quatro décadas de ditadura, nem do pai de Saif.
Em entrevista ao R7, ano passado, Saif admitiu que o regime do pai não era uma “democracia de verdade” e disse que um dia os líbios haveriam de escolher seus próprios governantes, dizendo que a transição seria uma questão de tempo. Veja a entrevista aqui.
Debandada de aliados estaria ligada à articulação
Segundo o diplomata ouvido pelo jornal, a recente debandada de colaboradores próximos a Gaddafi, entre eles o ex-chanceler Moussa Koussa, que fugiu para Londres, estaria ligada aos planos de Saif. O principal assessor de Saif, Mohamed Ismail, também estaria na capital britânica, negociando o projeto.
Considerado um líder moderado, Saif era visto como o provável sucessor do pai, pelo menos até o início da revolta. Para os analistas, ele teria sido o responsável pela reviravolta no regime líbio na última década, que passou de colaborador do terrorismo, nos anos 1980, para um governo aceitável pelo Ocidente – tanto que Gaddafi já era vista ao lado de líderes como o presidente Barack Obama e o britânico Tony Blair, que chegou a visitar a Líbia.
O jornal lembra, no entanto, que seria muito difícil para os dois lados aceitarem Saif como líder da transição. Gaddafi porque não parece disposto a deixar o poder. Já a oposição ainda não esqueceu das recentes declarações de Saif, que radicalizou o discurso no início da crise e chegou a falar em um “rio de sangue” a correr pela Líbia, caso os rebeldes continuassem com os protestos.
Mais de 30 morreram na última madrugada
Pelo menos 32 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas neste domingo (3), durante uma ofensiva lançada pelas forças leais Gaddafi em Kotla, cidade a sudoeste de Trípoli, controlada pelos rebeldes. As informações são da rede de TV Al Arabiya.
Segundo uma testemunha citada pela TV, as forças do regime usaram artilharia pesada e baterias de lança-mísseis. Esta madrugada, os homens de Gaddafi atacaram, disparando de forma indiscriminada contra tudo o que se movimentava em vários conjuntos residenciais, indicou a mesma fonte.
Neste sábado, 13 rebeldes também foram mortos, mas não pelas forças de Gaddafi, e sim em um bombardeio da coalizão.
Os rebeldes teriam atacado, por engano, forças aliadas, que reagiram e mataram oposicionistas, com quem lutam do mesmo lado.
A crise na Líbia teve início em 15 de fevereiro, quando a oposição foi às ruas para pedir o fim do regime. Após violenta repressão, o Conselho de Segurança da ONU autorizou o bombardeio de forças do Gaddafi por uma coalizão formada por aliados ocidentais com apoio da Liga Árabe.
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