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O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) terá uma reunião especial sobre a situação na Síria nesta sexta-feira (29), a pedido dos Estados Unidos.
"Teremos uma sessão especial do Conselho na sexta-feira às 11h (6h de Brasília) sobre a situação dos direitos humanos na Síria", explicou o porta-voz Cedric Sapey. "Levando em consideração os desenvolvimentos na Síria, consideramos que a situação merece uma atenção específica", disse.
O pedido dos Estados Unidos por uma reunião foi apoiado por Bélgica, Reino Unido, França, Hungria, Japão, México, Noruega, Polônia, Coreia do Sul, Moldova, Senegal, Espanha, Suíça e Zâmbia.
A ideia é avaliar uma forma de forçar o ditador sírio, Bashar al-Assad, a encerrar a violenta repressão às manifestações de oposição que se espalham pelo país.
Nesta quarta-feira, testemunhas relataram ter visto tanques se movimentando na rodovia que circula a capital da Síria, Damasco. Os veículos seriam parte de um reforço enviado pelo regime sírio à Deraa, atual epicentro dos protestos de oposição e palco de violenta repressão das forças de segurança.
O Observatório de Direitos Humanos da Síria disse nesta quarta-feira que coletou o nome de ao menos 453 civis mortos durante as seis semanas de protestos pró-democracia na Síria. O diretor da ONG, Rami Abdelrahman, afirmou que as vítimas são de Deraa, Damasco e da costa do país.
As críticas internacionais à repressão de Assad, agora em sua sexta semana, inicialmente eram escassas, mas aumentaram depois da morte de 100 manifestantes na sexta-feira e da decisão de Assad de invadir Deraa, fazendo lembrar a matança promovida pelo pai dele em 1982 em Hama.
Nesta terça-feira os governos europeus pediram que a Síria coloque um fim na violência. "Enviamos uma mensagem forte às autoridades de Damasco para que parem com a repressão violenta aos manifestantes pacíficos", disse o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, numa entrevista coletiva conjunta com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, em Roma.
Os chefes de Defesa dos Estados Unidos e do Reino Unido minimizaram, contudo, a possibilidade de uma intervenção estrangeira na Síria, como a que já acontece na Líbia.
O britânico Liam Fox diz que há "limitações práticas" para o poderio militar ocidental e deixou claro que as forças militares de ambos os países, já sobrecarregadas com as missões no Afeganistão e Líbia, não têm muito a fazer.
"Não podemos fazer tudo o tempo todo, e temos de reconhecer que existem limitações práticas para aquilo que os nossos países podem fazer", declarou Fox ao ser questionado, junto a Gates, sobre a falta de intervenção ocidental na Síria.
Gates disse concordar "com tudo o que o doutor Fox afirmou".
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