Em encontro com colega venezuelano, chanceler Antonio Patriota também minimiza relatório sobre ligação de Chávez com a guerrilha e ressalta bom momento
iG, com EFE
Foto: Reuters
O governo colombiano deixou para trás os antigos conflitos com a Venezuela por causa das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e preferiu não comentar o relatório divulgado nesta terça-feira em Londres sobre o conteúdo dos computadores do líder da guerrilha Raúl Reyes.
"Eu conversei com o chanceler (venezuelano, Nicolás) Maduro sobre esse relatório e coincidimos que viramos a página", disse nesta terça-feira a ministra das Relações Exteriores colombiana, María Ángela Holguín.
Ela afirmou esperar que o relatório, publicado nesta terça-feira em Londres pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), "não danifique o caminho" traçado com a Venezuela e o Equador após o restabelecimento das relações com os dois países em 2010. "Essa nova relação e nova aproximação com a Venezuela e o Equador faz com tenhamos de virar a página e olhar para frente", ressaltou a chanceler, ao acrescentar que o governo colombiano não comentará o relatório do IISS.
O relatório revela que o governo de Hugo Chávez "permitiu às Farc operar em território venezuelano", lhes ofereceu ajuda financeira e, inclusive, lhes pediu "que treinassem grupos paramilitares para defender a revolução de outros golpes de Estado (após o fracassado de 2002) e invasões externas". Segundo o relatório, o apoio de Chávez às Farc foi uma "política de Estado".
Quanto ao Equador, o IISS afirma que o presidente equatoriano, Rafael Correa, supostamente solicitou e aceitou fundos ilegais das Farc durante a campanha que o levou ao poder em 2007 e que vários funcionários de seu governo tiveram contatos permanentes com a guerrilha. O IISS elaborou o estudo a partir de arquivos e e-mails dos computadores apreendidos de Raúl Reyes, que era o porta-voz internacional das Farc quando morreu em um bombardeio militar colombiano a um acampamento insurgente no Equador em março de 2008.
Brasil
O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, minimizou a importância do relatório divulgado em Londres sobre supostas relações da Venezuela com as Farc e preferiu ressaltar o "novo ambiente de entendimento" entre Caracas e Bogotá.
Após receber o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, no Palácio do Itamaraty, Patriota evitou falar sobre o documento. Patriota e Maduro reuniram-se em Brasília depois de Chávez cancelar o encontro previsto para esta terça-feira com a presidente Dilma Rousseff alegando uma lesão no joelho.
O chanceler brasileiro insistiu que a publicação do relatório foi comentada "brevemente" por Maduro durante a reunião, e que o ministro venezuelano destacou a nova relação entre Venezuela e Colômbia. "O que é importante sublinhar aqui, e que o chanceler Maduro sublinhou, é o novo ambiente de entendimento entre Colômbia e Venezuela, pois houve extradição de lado a lado, independentemente da pressão interna para que não ocorresse. Esse clima é que muito importante para que trabalhemos para a integração regional", afirmou Patriota.
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